Introdução
“Aos olhos de todos, nada havia que parecesse notável ou
digno de atenção nesse filho de família pobre do interior”.[1]
Jesus, O Cristo. Pregado e anunciado por muitos em
muitos lugares teria sido um homem? A resposta fornecida por muitos é sim,
apesar disto poucos falam de Jesus como homem, sujeito às mesmas paixões que
todos seus semelhantes sofrem. Para os cristãos, Jesus foi um homem e também
Deus, se era assim como então pode Deus morrer? Jesus morreu, isto prova que
era homem. Oliveira em seu discurso sobre a humanidade de Jesus faz a seguinte
declaração:
“Deus encarnado assumiu completamente a humanidade,
tornando-se passível das mesmas limitações físicas e psicológicas comuns a
todos os homens. A realidade de sua humanidade garante que sua morte é
aplicável a todos os seres humanos”.[2]
O dicionário Aurélio concede a seguinte definição do
homem:
“Qualquer indivíduo da espécie animal que apresenta maior
grau de complexidade na escala evolutiva; o ser humano”.[3]
A complexidade é o que torna o homem diferente em
relação aos demais animais, mas o que seria esta complexidade? Defino como um
conjunto de relações humanas com seus semelhantes e com si mesmo. Pretendo
nesta monografia demonstrar a humanidade de Jesus através das complexidades
vivida por ele enquanto esteve entre nós. Homens.
Capítulo I – Início e a formação de vida de Jesus
Para muitos o início da vida de Jesus se dá quando
de sua manifestação através de sinais, não podemos entender o homem omitindo
sua origem e seus anos de vida, como se o passado simplesmente não houvesse
existido e influenciado naquilo que somos hoje.
Sua origem:
O nascimento de Jesus está envolto em uma visão de
vocação colocada pelos narradores, definindo uma predestinação à criança. É
muito provável que este registro vise apenas dar um significado especial ao
nascimento de Jesus. Que ele nasceu de uma mulher é fato (Gl 4:4). Como é fato
a concepção, a gestação de provavelmente nove meses. Nasceu como todo ser
humano nasce e teve os mesmos cuidados necessários de todo homem como alimento,
a troca de "fraldas", brinquedos, broncas, tombos, machucados, dores...
Sim, Jesus sentia dores (Jo 18:22; 19:2,3), provavelmente não somente a dele,
mas de seus conterrâneos também - infelizmente não há narrativas que falam
sobre a criança e o jovem Jesus, mas um incrível silêncio. Seu nascimento o
coloca na mesma humanidade de Adão, na mesma história humana.[4]
Cresceu como toda criança normal cresceria, alimentada por comida e água. Seu
corpo não era sobre-humano, não tinha características especiais.
Como diz Berkouwer:
“A criança Jesus caminhando por nosso mundo como qualquer
outra criança”.[5]
Seu Físico:
Todas as etapas de seu crescimento foram idênticas
ao de qualquer outro homem (Lc 2:40, 52). Fisicamente Jesus, o carpinteiro se
apresentava como um homem e não como um anjo, por exemplo. Era seu corpo que se
movia de um lugar para outro. As pessoas o tocavam, o viam. Seus olhos podiam
ver, sua boca pronunciava palavras, ele ouvia os outros, os tocava. Ele sentia
cansaço algo inerente ao ser humano. Na manifestação do corpo podemos entender
claramente a humanidade de Jesus, afinal quando foi crucificado havia um corpo
naquela cruz. Jesus, apesar de uma concepção singular recebeu de sua mãe Maria,
características genéticas, como todos os homens o recebem de seus antepassados.
Mesmo após sua ressurreição Jesus declara a Tomé: “Vede as minhas mãos e os
meus pés... apalpai-me e verificai, porque um espírito não tem carne e ossos
como vedes que tenho”. (Lc 24:38s).
Sua Família:
Jesus de
Nazaré, da região da Galiléia. Filho de uma família comum, simples, Jesus como
qualquer homem não surge do nada. Teve um pai, uma mãe, irmãos, tios, primos.
Habitou em uma casa, dormiu em uma cama, usava roupas. Assim como sua família,
ele também era humilde. Comblin[6] relata
que sua família fica surpresa, ansiosa, e mesmo com medo, quando Jesus começa a
se manifestar sua vocação, se isto procede podemos entender que até o início de
sua missão Jesus viveu normalmente como um homem e sua família não via nele
nada de extraordinário. Quando Jesus começa sua obra a família é como que esquecida,
posicionada em um segundo plano. A família não influi sobre ele, e ele não
influi sobre a sua família. Ele adota uma outra família quando diz que são
aqueles que fazem a vontade de Deus, estes seriam seus irmãos, irmãs, pai e
mãe.
Sua Fragilidade:
Jesus, como homem era limitado ou dependente? Era
dependente. Quando teve sede pediu água (Jo 19:28), quando fome (Mt 4:2; Mc
11:12) pediu pão, quando se cansou (Jo 4:6) descansou. Tudo o que os homens
sentiam, ele sentiu também de forma idêntica. A fragilidade não se restringiu
apenas a necessidade básica do comer e beber, mas em todo seu ser, pois todo
ser humano é um ser frágil.
Sua Afetividade:
Jesus era um ser afetivo. Sentia emoções e
demonstrava suas emoções de forma clara (Mt 9:36; 14:14; 15:32; 20:34). Ainda
que sentir emoções não seja um atributo apenas humano, uma vez que Deus também
se emociona. As emoções demonstram a plena humanidade de Jesus, como também
deixam claro algumas reações tipicamente humanas. O ser emocional pensava,
raciocinava, se emocionava vivendo a tristeza e angústia (Mt 26:37), a alegria
(Jo 15:11; 17:13; Hb12:2), a indignação (Mc 3:5; 10:14), a ira (Mt 21: 12,13),
a surpresa (Lc 7:9; Mc 6:6). Jesus se mostra genuinamente surpreso perante a fé
do centurião e se admira da incredulidade dos habitantes de Nazaré. Se sente
atormentado (Mc 14:33), no Getsêmani Jesus foi tomado de grande angústia e
pavor. Estava em conflito íntimo e se atormenta pelo fato de não querer ser
deixado só, contudo ainda assim escolhe fazer a vontade do Pai. Mesmo na cruz,
sua frase "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?" (Mc
15:34), é uma das expressões mais humanas de solidão já registradas na história
dos homens. Comove-se, chora (Jo 11:33,35,38), mesmo sabendo de antemão que
Lázaro havia morrido, Jesus é tomado de comoção e chora ao ver a tristeza ao
seu redor e a triste realidade humana da morte. A expressão "agitou-se no
espírito", retrata vividamente alguém gemendo no íntimo, aflito e comovido
com uma situação que trás dor e cansaço.[7]
Berkouwer faz a seguinte citação:
“A Escritura nos fala do Filho do Homem sofredor, do Varão de
dores que padece, entristece-se, angustia-se, ora e deseja, maravilha-se e
espera, confia em Deus e geme no abandono”.[8]
Seu Intelecto:
Seu conhecimento era superior ao dos homens: em
termos intelectuais, Jesus possuía um conhecimento que se destacava em relação
aos outros homens. Disse palavras de profundidade e de alcance, porque ele
conhecia o pensamento e as necessidades do ser humano. Mostrou um conhecimento
além da capacidade humana. Sabia o que os homens pensavam, tantos amigos como
inimigos (Lc 6:8; 9:47). Sabia coisas do presente; do passado, uma vez que
conhecia o fato da mulher samaritana ter tido cinco maridos (Jo 4:18) e o
futuro das pessoas, quando avisa a Simão Pedro de sua negação (Lc 22:33).
Seu conhecimento não era ilimitado, vemos Jesus fazendo perguntas a fim
de reforçar algum ensinamento (Mt 22: 41-45), contudo há outras passagens em
que Jesus pergunta sinceramente em busca de informações às quais não possuía.
Um exemplo claro foi o caso do garoto acometido de um espírito de surdez e
mudez, onde Jesus pergunta ao pai dele "Há quanto tempo isto lhe
sucede?" (Mt 9: 20,21). Nesta passagem percebemos que Jesus não tinha
tal informação, porque ele perguntou? O que isto poderia significar? Talvez
porque se importasse de maneira diferente em relação à criança, ou uma grande
compaixão pelo pai, não podemos afirmar com certeza. Um outro caso, no discurso
apocalíptico (Mc 13:32), quando ao ser interpelado sobre quando voltaria uma segunda
vez, Jesus respondeu: "Mas a respeito daquele dia ou da hora ninguém
sabe; nem os anjos no céu, nem o Filho, senão o Pai".
Sua Espiritualidade:
Creio que Jesus participava na sinagoga (Lc
4:16), tornou-se comum ensinar nas sinagogas e visitar o templo quando estava
em Jerusalém. Mantinha uma vida de oração (Lc 6:12; 22:41,42; Jo 6:15), em
vários momentos vemos Jesus sair para orar sozinho ou em grupo. Sua dependência
humana de Deus era total e a vida de oração era uma prova disso. Em todas as
coisas Jesus mostrou sua humanidade. Não havia dúvidas para os autores do Novo
Testamento que Jesus era plenamente homem.
Capítulo II - a relação com seu povo
“Jamais nenhum homem falou como
ele” (Jo 7:16)
"A humanidade Jesus Cristo não é de modo algum um traje
de que Deus se teria vestido para ser tonar vestido. Para se tonar visível. É
uma vida humana verdadeiramente humana cujo significado humano constitui a
chave do conhecimento do verdadeiro Deus".[9]
Socialmente Jesus se portou como um homem,
demonstrando sua humanidade convivendo com outros homens, relacionando-se com
eles, discordando deles, trazendo palavras de encorajamento e em outros
momentos os censurando. Jesus de Nazaré era filho de uma família comum. Nada
havia nele que se chama atenção dos seus conterrâneos. Quando começa sua
carreira as pessoas de seu convívio incrédulas se questionam, perguntando e afirmando
não ser aquele o filho de José? Mc 6:3. Jesus vem para libertar seu povo, de
fato foi visto e tocado pelos homens a sua volta.
Berkouwer faz a seguinte citação:
“Em outras palavras, cumpria ao Filho de Deus aceitar a carne
humana com toda a sua fraqueza para nela poder sofrer e, desta maneira,
ajudar-nos”.[10]
“Ele é consubstancial a nós, um conosco, semelhante a nós em
tudo, nosso irmão, nossa carne e nosso sangue. Não veio como enviado para
atemorizar-nos com sua divindade onipotente, embora oculta, mas veio ao nosso
mundo real e verdadeiro, assumindo a forma de servo”.[11]
A vida e as
palavras de Jesus significaram a vitória sobre o mal físico, psíquico e espiritual
(Mt 11:4-6).[12]
Suas palavras trouxeram libertação sobre muitas
aflições e abusos sofridos pelos judeus, não bastando a dominação romana, os
judeus viviam presos nas garras de um judaísmo usurpador dos Fariseus. Jesus
vem ao encontro dos pobres e marginalizados (Mt 11:19), rejeitados, excluídos,
aos enfermos. O número de pobres e daqueles que padeciam por falta de esperança
era enorme, haja vista as multidões (Mt 9:36, Mt 14:14) que o acompanhavam e
viam nele um auxiliador. Jesus os acolheu, exerceu compaixão e ofertou perdão
aos rejeitados, a escória da sociedade da época.[13] Jesus
exerce um papel fundamental, o de traumaturgo (Mt 4:23-24) curou não somente
corpos, mas almas também, incluindo males psicológicos. Concedeu aos homens
dignidade e motivos para viverem. Todos tipos de enfermos vieram até ele e
acharam a cura de seus males, isto não impediria que a morte em algum momento
os alcançassem.[14]
A libertação de Jesus vem a todos: mulheres que
vivam segregadas e desprezadas, aos necessitados, aos pequenos, aos fracos, aos
inimigos, todos são alvos da compaixão de Jesus.
Capítulo III – A morte, um fim prematuro
“Como pode Deus ser abandonado por Deus?”[15]
Muitas dúvidas foram levantadas em relação a sua
morte: teria morrido de fato? Não seria um sósia que foi morto no madeiro? A
morte não seria apenas uma narração acrescentada? Se os próprios discípulos
fugiram como poderiam ter escrito algo que não haviam presenciado?
A morte de Jesus para muitos é antes um ato de fé,
que não necessita ser comprovado.
Podemos dizer que seu caráter o levou a morte (Lc
23:46; Jo 19:33,34). Quando Jesus se manifesta trazendo e vivendo palavras de
libertação aos homens, ele conquistou muitos inimigos. Creio que Jesus sabia
que poderia morrer e iria morrer (Mc 10:45), como de fato se deu. A morte fazia
de alguma forma parte de sua missão, de seu amor ao próximo o ápice de sua
entrega pelo outro.
“Sua morte não foi aparente, mas verdadeira. Seu corpo
sucumbiu aos sofrimentos infligidos e de fato expirou a semelhança de todos os
homens. Esta é talvez a suprema identificação de Jesus com a humanidade, pois
sendo Deus não deveria morrer, mas ao assumir plenamente a humanidade, torna-se
sujeito a possibilidade da morte. Eis uma verdade tremenda e profunda. “[16]
Fico sempre a me perguntar: porque o ministério de
Jesus durou apenas três anos? Os discípulos ainda não estavam preparados:
erravam, falhavam, tinham medo, era deficientes, incapazes de levar a obra
iniciada avante, precisavam de ajuda e orientação. Jesus não recolheu nenhum
fruto de seu trabalho. Tudo isto parece ser injusto, tanto para aqueles como
para este. Os homens continuavam a ter necessidades, enfermidades, fome, medo,
injustiças. Muitos não foram alcançados por ele, por suas palavras. Porque
morrer tão cedo? Porque deixar muitos órfãos?
Jesus deixou o principal: a semente, o exemplo, sua
vida. A sua morte trouxe vida, não dependemos de um, agora dependemos de muitos
e principalmente de nós mesmos, individualmente podemos ser um “Jesus”. O mundo
deve estar repleto de deles. A obra que ele começou nós devemos continuar. Se
não há esperança é porque nós não a estamos levando. Se o mundo vai piorando é
porque seus seguidores tem falhado em sua missão.
A morte de Jesus não é um fim em si mesmo, antes um
desafio a uma continuidade de algo que transformou a vida de muitos. Outros
esperam ouvir e vivenciar tal transformação. Onde estão os seguidores, os
multiplicadores? Aqueles que como seu Mestre estão dispostos a dar sua vida em
resgate de muitos.
Podemos concluir que a morte de Jesus foi de fato um
fim prematuro, se isto não trouxer um bem ao próximo, ou ter o significado de
vida quando recordamos a transformação que os atos de Jesus tiveram sobre a
vida do ser humano.
Conclusão:
Podemos ver no homem Jesus a nós mesmos: alegrias,
tristezas, choros, raiva, ira, sarcasmo, emoções, desagrado, medo, surpresa,
interesses, vergonha, medo, prazer, amor, nojo.
Em seu corpo, o nosso corpo: nascimento,
crescimento, a dor.
Em suas relações, nossas relações: seres sociais,
solitários, mas nunca sozinhos.
Em sua espiritualidade, a nossa tentativa de uma
constante busca de Deus.
Em seu intelecto - sem estudo e de uma alta
capacidade - a nossa tentativa de compreender e dar significados a vida.
Nele vemos um caráter determinante, em nós a
tentativa se sermos semelhante a ele.
Somos tão humanos quanto Jesus? Esta pergunta nos
remete a verdade que não temos a humanidade em toda a sua plenitude. Não somos
seres humanos genuinamente puros, assim como Jesus o foi. Do ponto de vista
bíblico só houve três seres humanos completamente humanos: Adão e Eva (antes da
Queda), e Jesus. Todo o restante da humanidade é apenas uma sombra da
humanidade original. Nossa humanidade é totalmente desconfigurada pelo pecado.
Dessa maneira Jesus não só é humano como nós, como também é mais humano. É sua
humanidade que deve ser padrão para nós e não o inverso.
Pelos tópicos acima está claro que Jesus assumiu
completamente a humanidade, sujeito a todos os reveses que o estado de humanidade
poderia lhe trazer, contudo Jesus não um homem qualquer, igual a todos os
homens. Vários fatos em sua vida mostram essa singularidade.[17]
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[2]
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[5]
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p.156.
[6]
COMBLIN, José. Jesus de Nazaré:
Meditações sobre a vida e ação humana de Jesus. 4a. ed. Local:
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[7]
OLIVEIRA, Kelson Mota T. Cristologia: a Pessoa e a Obra de Nosso Senhor Jesus
Cristo:
Parte IV - A Humanidade de Jesus. http://www.solascriptura-tt.org/Cristologia/Cristologia-HumanidadeJesus-Kelson.htm.
[8]
BERKOUWER, G. C. A Pessoa de Cristo.
Trad. A. Zimmermann & P. G. Hollanders Local: São Paulo: Ed. ASTE, 1964. p.
162.
[9]
COMBLIN, José. Jesus de Nazaré:
Meditações sobre a vida e ação humana de Jesus. 4a. ed. Local:
Rio de Janeiro: Ed. Vozes, 1976. p. 11
[10]
BERKOUWER, G. C. A Pessoa de Cristo.
Trad. A. Zimmermann & P. G. Hollanders Local: São Paulo: Ed. ASTE, 1964. p.
162.
[11]
Idem, p. 167
[12]
____________. Jesus Cristo: ontem, hoje e
sempre. Trad. Clemente Raphael Mahl. Local: São Paulo: Ed Paulinas, 1996.
Comissão Teológico-Histórica do Grande Jubileu do Ano 2000. p. 69.
[13]
Idem p. 70
[14]
idem p. 74-76
[15]
BERKOUWER, G. C. A Pessoa de Cristo.
Trad. A. Zimmermann & P. G. Hollanders Local: São Paulo: Ed. ASTE, 1964. p.
165.
[16]
OLIVEIRA, Kelson Mota T. Cristologia: a Pessoa e a Obra de Nosso Senhor
Jesus Cristo:
Parte IV - A Humanidade de Jesus. http://www.solascriptura-tt.org/Cristologia/Cristologia-HumanidadeJesus-Kelson.htm.
[17]
OLIVEIRA, Kelson Mota T. Cristologia: a Pessoa e a Obra de Nosso Senhor
Jesus Cristo:
Parte IV - A Humanidade de Jesus. http://www.solascriptura-tt.org/Cristologia/Cristologia-HumanidadeJesus-Kelson.htm.
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