sexta-feira, 31 de maio de 2013

Notas Sociologia da Religião

Segue notas soltas de abstratos de leitura de textos ligados a Sociologia da Religião, não pretende ser um trabalho estruturado:

I

Os símbolos sagrados funcionam para sintetizar o Ethos de um povo e sua visão de mundo. Eles formavam uma conseqüência básica entre um estilo de vida particular e uma metafísica específica.

Sistema de símbolos que vão para:

  • Símbolos são usados para vincular objetos, atos, acontecimentos ou qualidades a uma concepção. A concepção é o significado do símbolo. Entretanto são abstraíveis.
  • Representam fontes extrínsecas de informações. As fontes extrínsecas são vitais uma vez que as fontes intrínsecas são poucas nos seres humanos (diferentes dos demais animais). Por isso os padrões culturais tornam-se (conseqüentemente) modelos.
  • Dois tipos principais:
  • Modelo de: Manipulação de estruturas simbólicas de forma a coloca-las paralelamente ao sistema não simbólico (Representam os processos padronizados como tal).
  • Modelo para: Orienta as relações físicas para sua organização.”Modelo para a realidade”. (fornecem fontes de informações em termos das quais outros processos podem ser padronizados).

Estabelecer poderosas disposições e motivações nos homens.

  • Símbolos induzem os crentes a um certo tipo de disposição.
  • Disposição – descreve não uma atividade ou ocorrência, mas uma probabilidade de atividade ser exercida ou de a ocorrência se realizar em certas circunstâncias.
  • Motivação – Tendência persistente, uma inclinação crônica para executar certos tipos de atos e experimentar certas espécies de sentimento.
  • Diferença entre disposição e motivação.

      Motivos tem molde direcional, gravitam em torno de certas consumações (geralmente temporária) – Chave de interpretação = consumação.

      Disposições não levam a coisa alguma. Surgem de certas circunstâncias, mas não respondem a quaisquer fins.

      
       Chave de interpretação = Fontes


Formulação de conceitos de uma ordem de existência


  • Os símbolos além de induzirem a disposições formulam idéias gerais de ordem. (Relacionam com o cosmos). Os símbolos também se apóiam nesta ordem para não apenas consistir em uma coletânea de práticas estabelecidas.
  • Por isso o homem tem uma dependência essencial dos símbolos e sistemas simbólicos.
Pontos nos quais o Caos ameaça o homem:

  • Limite da capacidade analítica: Incapacidade de deixar sem esclarecimento os problemas de análise não esclarecidos. Sempre tentar desenvolver algumas noções, por mais fantásticas, inconsistentes ou simplistas que sejam.
  • Limite do poder de suportar: Problema do sofrimento (doença e luto).
  • A religião ajuda as pessoas a suportarem situações de pressão emocional abrindo fugas a tais situações e tais impasses que nenhum outro caminho empírico abrira.
  • Não evitar o sofrimento, mas como sofrer.
  • Símbolos religiosos não apenas na sua capacidade de compreender o mundo, mas também para que, compreendendo-o, dêem precisão a seu sentimento, uma definição às suas emoções que lhes permita suportá-lo, soturna a alegremente, implacável a cavalheirescamente.

II

A discrepância entre o moral e as recompensas materiais, a inconsistência do “e” e do “deve”.
Não é necessário ser teologicamente autoconsciente para ser sofisticado em termos religiosos. A introspeção moral é inadequada para a experiência moral nas religiões. Os Dinka são um exemplo: simpatizam com o Homem e questionam a insignificância do erro visto pela Divindade. Os homens são hoje ativos, auto-afirmadores, indagadores aquisitivos, ao mesmo tempo sujeitos ao sofrimento e à morte, são ineficientes, ignorantes e pobres (possuem dois lados), eles são falhos. O contraste entre o julgamento humano e o poder da divindade que rege a vida deles. Para eles, a ordem moral é constituída com princípios que às vezes escapam a razão humana, algo que o homem não pode mudar. O universo que vive está além do seu controle e os acontecimentos vem contrariar as expectativas.
O problema do mal, o sofrimento vem demonstrar que o mundo não tem de fato nenhuma ordem genuína. A religião surge por meio de símbolos, que trabalhará a questão da ambigüidade. O esforço para negar que a vida é insuportável e a vida uma miragem. O importante para o homem religioso é que entenda este fato, as ambigüidades entre o racional e o natural.
O problema do significado é matéria para afirmar a ignorância, a dor e a injustiça no plano humano. O simbolismo religioso é a esfera que vive o homem, onde ele repousa nas afirmações e negações. Podemos acreditar nisto? A inquieta desordem para uma certeza de ordem estabelecida? A crença religiosa não envolve a experiência cotidiana, é uma aceitação da autoridade que impulsiona o homem a crer em deuses.
Belsen ilustra o pecado original, a crença religiosa fazendo uso da autoridade, aceitamos a autoridade, o domínio de algo que não somos nós, aceitamos a autoridade do culto, da bíblia, de pessoas.
Nas religiões tribais a autoridade está no poder das imagens tradicionais, aquele que tiver de saber tem primeiro de acreditar. Falar de perspectivas religiosas é ver, discernir, aprender, entender a vida sob uma perspectiva científica. Um olhar diferente.
A perspectiva religiosa está construída sob uma visão diferente. O senso comum, a científica e a estética. O senso comum trabalha a aceitação do mundo baseado no realismo ingênuo do homem. Na perspectiva científica, a dúvida é trabalhada na observação. Na tentativa de analisar o mundo em termos formais. A perspectiva estética trabalha as aparências da s coisas, o conhecimento não tem grande significado no mundo prático. As perspectivas são impostas, induzidas.
A perspectiva religiosa difere do senso comum, move em relação às realidades da vida. Sua ação se baseia na aceitação da fé. Difere da científica porque trabalha no sentido de ampliar e não dissolver as coisas. A religião vai ao encontro, ao compromisso. Difere da arte porque aprofunda a preocupação e cria uma áurea de atualidade.
A ação religiosa trabalha os símbolos de uma autoridade persuasiva. No ritual, no cerimonial isto é consagrado. As concepções gerais se encontram e se reforçam num mundo vivido e no mundo imaginário em uma mediação de formas simbólicas. Dá-se a fusão entre o símbolo e o ethos em rituais mais complexos e elaborados. Realizações culturais. É claro que nem todas realizações são expressões religiosas. As formas simbólicas servem para multiplicar os propósitos por aqueles que dizem que a religião é uma forma de arte humana. Podem ser apreciadas esteticamente ou dissecadas cientificamente.
Há o embate entre o maligno e o lúdico.
O drama não é meramente um espetáculo, mas um ritual encenado. A representação se assemelha a uma missa onde se dá a aproximação, uma participação.
A aceitação da autoridade decorre da própria aceitação da autoridade, do ritual, das disposições e motivações em uma visão de símbolos. Do para o de.
Ninguém vive o tempo todo no mundo religioso, nos símbolos, apenas alguns momentos. O mundo prático constitui a nossa realidade, a humana. Um homem pode ser insensível e não religioso, mas isto não significa a ausência do senso comum. As disposições religiosas induzem os homens. O entrelaçamento do maligno e do cômico. A religião é sociologicamente interessante pelo poder político a riqueza e outras influências.
O movimento de ida e volta entre a perspectiva religiosa e o senso comum são ocorrências empíricas. O ritual transporta o homem a um outro mundo. A diferença disto nos leva a uma visão real. O homem pode acreditar e se sentir realmente outro num mundo de ilusão. Vivenciar uma realidade mítica. Conforme a perspectiva religiosa e agir contra a índole de todo universo.
Compreender a religião sem entender os símbolos e seus significados é algo frustrante. Na medida que o homem muda o senso comum muda. A religião dá vida a religião. O impacto dos sistemas religiosos sobre os sistemas sociais torna impossível uma avaliação. As disposições e as motivações podem ser diferentes de religião para religião. O maior problema do cientista é o tom ateu da comunidade religiosa.

III

A religião para o antropólogo está para servir o indivíduo e o grupo de concepções gerais. A religião cria ou dá o pano de fundo aos acontecimentos (teodicéias), dá um sentido. A religião cria uma ordem cósmica. As religiões não são meras interpretes dos processos sociais ou psicológicos, ela também gera. A religião lança uma luz sobre a vida secular de um povo. Na religião trata-se de entender as noções dos homens e seus significados. Onde ela alcança? Quão profundamente? Quais os resultados? Em que grau? Em todas sociedades ela está presente, mesmo naquela que está baseada em crenças amontoadas. O grau de articulação religiosa não é uma constante. O estudo a partir da antropologia e duplo: 1. Análise dos significados e dos símbolos e 2. No relacionamento dos sistemas aos processos sociais e psicológicos.

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