quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

A Celebração da Ceia do Senhor (Eucaristia) na visão de Calvino

“Não é fácil evitar esse sério problema ecumênico, nem é possível ignorar as cicatrizes que permanecem das controvérsias do século XVI sobre o significado de hoc est corpus meun.”[1]
Timothy George
Introdução
João Calvino nasceu em 10 de Julho 1509, em Noyon, na França. Faz parte da segunda geração dos reformadores protestantes. Após sua conversão, Calvino se pôs a produzir diversas literaturas, uma delas intitulada: Institutas, finalizada em 1559, comparada à obra de Tomás de Aquino, Summa Teológica. O capítulo quarto encontra-se a abordagem que Calvino faz sobre os sacramentos, e um deles em particular será objeto de nosso estudo: A Ceia do Senhor ou Eucaristia. A discussão sobre este tema encontrava fértil terreno para discussões, defesas e acusações entre os próprios reformadores e estes em relação à Ortodoxia Católica Romana.

A principal questão era entender de que forma a presença de Cristo se dava quando da celebração da eucaristia. Lutero defendia a presença real e concreta de Cristo.[2] Calvino como veremos adiante, destacava o papel do Espírito Santo na celebração. Zuínglio defendia a dimensão memorial[3], os elementos eram recebidos pela fé, no seu coração, Cristo não estaria preso ao pão e ao vinho. A ortodoxia católica defendia a presença real de Cristo nos elementos da eucaristia[4].

A interpretação de Calvino
Calvino entendia que a Ceia do Senhor era um sacramento da Igreja Cristã, ela alimentava espiritualmente com a bondade de Deus, os que dela participavam. O texto de I Coríntios 11.25 enfatiza o novo pacto no sangue de Cristo, na forma de promessa que nos consola, apóia e nos confirma diante de Deus. O sacramento da ceia traz as almas um grande consolo, através do ato podemos conhecer o Cristo que está conosco e nós com Ele. Podemos ter a certeza que a vida eterna nos pertence e que o Reino dos Céus nunca poderá nos faltar. Esta é a troca que Cristo faz, toma as nossas debilidades, fraquezas e mortalidade e nos reveste de opulência, de virtude e de imortalidade, nos tornando com Ele, filhos de Deus. A fé exercida nos sacramentos, neste caso, específica da ceia, servia para aumenta-la, defende-la e exercita-la ou invés de negar.

Cristo pertence a nós, pois Ele se entrega. Dá o seu corpo e o seu sangue, podemos tocá-lo e se faz uma única substância conosco.  A concepção que Calvino tinha da Ceia do Senhor ou Eucaristia consistia numa base divina e não material, a ceia elevava o participante a uma posição espiritual ascendente. Dada para nossa saúde e redenção espirituais.  A finalidade principal é demonstrar que através do corpo de Cristo é que somos alimentados para a vida eterna. Os elementos físicos ofertados na ceia tinham por analogia um sentido espiritual. Assim como o material alimenta  e defende o corpo, assim ocorre com o corpo de Cristo em nossa vida espiritual. Da mesma forma o vinho tem como símbolo do sangue para nos reanimar e nos alegrar. Assim, entende-se que sua carne é verdadeiramente comida e seu sangue verdadeiramente bebida com o que somos alimentados para a vida eterna. 

  Como Cristo estava presente na ceia era algo que Calvino questionava, aqueles que definiam a real presença de Cristo nos elementos. Outros chegavam a afirmar que Cristo se fazia presente na mesma condição em que esteve na cruz. Outros, ainda defendiam segundo Calvino, a “prodigiosa” transubstanciação, o pão era mesmo o corpo de Cristo, de forma literal. Havia também aqueles que diziam que Cristo estava embaixo do corpo e outros que era somente um símbolo. Para Calvino os elementos da ceia nos leva a Cristo

O erro de Marcião, Calvino faz uma dura critica a visão de um Cristo limitado a um céu e uma terra. De um Cristo despido de uma deidade. Ele defendia que Cristo primeiramente habitava o céu e se tornou homem com toda a humanidade expressada. Não é possível fazer uma divisão entre o corpo material e o espiritual. Cristo era plenamente humano e plenamente divino. Cristo se faz presente hoje tanto no céu como na terra demonstrando seu poder e virtude entre os seus e neles vive e o sustenta e os confirma e os faz crescer. Não seria de outra forma se não estivesse presente corporalmente. Assim Cristo está presente no sacramento e se manifesta em seu corpo e seu sangue. Calvino afirmava que a mesma substância do corpo de Cristo na ceia era o real e natural corpo de Cristo. Quando Cristo diz: “que este é o meu corpo e isto é o meu sangue” pode ser entendido como um ato de fé, que nos alimenta ricamente e abundantemente mediante a participação do corpo de Cristo. 

       Adoração do Corpo do Senhor no sacramento. Na visão em que o pão e o vinho eram de fato o corpo e o sangue de Cristo. Ficava fácil compreender a adoração que se fazia dos elementos. A ceia deveria ser obedecida e não adorada. Aqueles que recebem o sacramento como mandamento do Senhor o fazem sem nenhum tipo de adoração, sem se apartar dos mandamentos de Deus. Os apóstolos seriam um claro exemplo na forma em que eles participaram da ceia, não ajoelhados, mas recostados. Os que praticam tal adoração não podem fazer uso da Palavra de Deus, ela não dá base de tal interpretação. Os autores de tais pensamentos defendem o erro. Não seria mais lógico adorar a Cristo, aquele que esta presente à direita da glória do Pai ao invés de se adorar os elementos do sacramento?  Os que agem assim ou defendem estes pensamentos erram contra as escrituras. Estão abandonados em seus loucos pensamentos e se afastam de Deus. Cometem um duplo pecado: dão mais honra a criatura do que ao criador e danificam o benefício da ceia. A interpretação correta do corpo do Senhor evitaria a adoração dos elementos da ceia. Nós firmamo-nos na santa doutrina de Deus.
A ceia como confissão e exortação, expressada no recordar quão grande é a bondade de Deus representada neste sacramento. Isto nos leva a relembrar e nos admoestar nossa ingratidão diante de tão grande benefício. Este é o ensino básico da ceia: “em memória de mim”

A ceia como vínculo de caridade, em Coríntios 10:16,17; assim como nós participamos de um pão, somos um corpo. Que nenhum de nossos irmãos seja por nós feridos, traídos, ou qualquer coisa semelhante sem que depreciemos o próprio Cristo, se nos apartamos dos irmãos nos apartamos do Senhor. Não podemos amar o Senhor se não amarmos nossos irmãos, pois somos membros de um corpo, o corpo de Cristo. Como Agostinho chamava, Calvino também dizia que o sacramento da ceia é o vínculo do amor, um só pensamento.  

Os que comem indignamente. Da forma como a ceia é vista, como ato sagrado, um pão e vinho como alimentos espirituais, suaves e delicados para aquele a quem Cristo manifestou e que recebido com ações de graça, pode se tornar em um grave veneno. Mortífero para aqueles em que a fé de nada se aproveita, pois comem e bebem para sua própria condenação. Os homens sem fé, sem caridade que se atrevem a participar da ceia como a animais imundos, não conseguem discernir o corpo do Senhor. Tornam-se réus, dignos de receberem a condenação de seus atos. Para evitar tal problema Paulo manda que o homem se examine a si mesmo e se for o caso que se prive de participar da ceia.  

Devem comungar somente os perfeitos?  Na época de Calvino havia aqueles que defendiam que só deveriam participar da ceia aqueles que agiam com dignidade. Este pensamento criava uma tormenta nas consciências de muitos.  O dignamente era estar em estado de graça, ou seja, viver puro e sem pecado, algo impossível para Calvino. Todo o esforço humano não nos conduz a um estado melhor. A guardar de conceitos não são suficientes para pobres e débeis pecadores. Nós nunca poderemos conservar na condição de dignidade por muito tempo. A doutrina estabelecida na verdade coíbe os necessitados o consolo da ceia. Novamente Calvino vê o pensamento como um erro, algo criado pelo Diabo. Muitos crêem que os elementos da ceia são milagrosos, Calvino pensava a ceia como medicina para os enfermos, riqueza para os pobres e sem a ceia nós desfalecemos, seja que condição estivermos. 

O que nos pode tornar dignos da ceia e a misericórdia de Deus. Nos humilhemos e Ele nos levantará e nos justificará. Devemos apresentar a Deus nossa imperfeição para Deus nos torna perfeitos e dignos. Assim também erram aqueles que atribuem a dignidade a fé e o amor, pelo mesmo motivo acima descrito. O sacramento da ceia não foi instituido para os perfeitos, mas para os imperfeitos, para os doentes, para os débeis para que a fé e o amor seja estimulado e exercido pelos crentes.

O uso freqüente da ceia. A mesma não foi instituída a ser realizada apenas uma vez ao ano.  A ceia nos foi trazida como memória do sacrifício de Cristo, e esta memória deve ser constante na vida dos cristãos. Só a memória pode sustentar e fortalecer a fé, animando os crentes a confessar a Cristo com seus lábios, engrandecer sua bondade e se alimentarem com amor e testificarem juntamente a união do corpo de Cristo, estimulando uns aos outros a cuidarem de seus irmãos. A participação uma só vez ao ano, segundo Calvino era uma invenção do Diabo que foi introduzida na igreja. Ele cita Zeferino provável autor de tal pensamento. A participação uma vez ao ano liberava o povo a viverem de forma dissoluta o restante do ano. Calvino dizia que ao menos uma vez por semana a igreja deveria partir o pão e tomar o vinho para recordar as promessas de Deus.

A não participação de um dos elementos, o vinho. Outra invenção que tem privado o povo de Deus em participar plenamente dos elementos da ceia. O vinho se torna reservado onde poucos têm acesso a este elemento, sendo proibido a laicos e a leigos. Contrariando ao escrito “que todos bebam”.  

Tentando justificar seu ato claro de desobediência a Palavra de Deus dizem que a participação de um só elemento é suficiente, se participam do corpo, participam de tudo já que do corpo não pode se separar seus elementos, logo o corpo contém o sangue. O Senhor ao instituir a ceia não fez esta analogia, ao contrário mostrou o pão, o corpo e semelhantemente mostrou o cálice, seu sangue. A razão humana consegue distorcer o que Cristo disse, dizendo que o corpo é sangue. Como se o Cristo não houvesse realizado tal distinção. Deus em forma humana realmente continha o sangue em sua carne, porém o ensinamento não foi neste sentido. Calvino chama estes desordeiros de ministros de Satanás, que diziam que apenas os apóstolos participaram da ceia, simbolizando a ordem, falsa, dos sacerdotes como os que estariam aptos a participar dos elementos.

Conclusão
A ceia para Calvino era uma forma de levar o povo diante de Cristo para d’Ele se alimentarem, um alimento suave e delicado. A Ceia deve nos levar à busca da verdadeira comunhão com Deus, a suplica do perdão, ao sincero arrependimento e a participação. Ao contrário de diversos pensamentos, a Ceia não pode ser um envolvimento típico emocional e nem depende daquele que o celebra. Os diversos erros de interpretação da ceia impedem o crente de viver a plenitude da graça de participar da mesa do Senhor.

Os debates sobre quem está com a razão permanecem. A leitura e as interpretações dão origem a formas de celebração da eucaristia. Talvez o fator determinante não seja bem o formato, mas sim o espírito da celebração.

 Bibliografia
CALVINO, João. As Institutas ou Tratado da Religião Cristã. Trad. Waldyr Carvalho Luz Local: São Paulo: Casa Editora Presbiteriana, 1989. pp. 339-386
CALVINO, Juan. Institución de la Religión Cristiana. Trad. Jacinto Teran Local: Buenos Aires: Libreria La Aurora, 1936. pp. 168-188.
GEORGE, Timothy. Teologia dos Reformadores. Trad. Gérson Dudus & Valéria Fontana Local: São Paulo: Vida Nova, 1993. pp. 48, 152-158, 182, 236-238, 315-317.
SANCHES, Júlio Oliveira. Ortodoxia Batista. Local: São Paulo: Livraria Reencontro, 1986. pp. 63-75.
STROHL, Henri. O Pensamento da Reforma. Trad. Aharon Sapsczian. Local: São Paulo: ASTE, 1963. p. 230



[1] GEORGE, Timothy. Teologia dos Reformadores. Trad. Gérson Dudus & Valéria Fontana Local: São Paulo: Vida Nova, 1993. p. 315
[2] Doutrina chamada Consubstanciação – posição defendida pela igreja Luterana e Anglicana, crêem que as substâncias do corpo e do sangue do corpo e do sangue de Cristo estão presentes nos elementos e passam aos participantes ao ingeri-las. O pão é pão enquanto na mesa, mas ao contatar com a língua e o estomago do participante se transforma em corpo real de Cristo, bem assim o sangue.
[3] A posição Memorial – os elementos são comemorativos e não transmitem graça ou benefício algum. A ceia se torna uma lembrança do sacrifício de Cristo. O participante não participa para obter comunhão, ele já tem comunhão.
[4] Doutrina chamada de Transubstanciação – pela consagração do pão e do vinho na eucaristia, a substância dos elementos é convertida na substância do corpo e do sangue de Cristo. A crença na substanciação foi definida como de fide, no IV Concílio Laterano, em 1215. Foi reafirmada como ensino oficial da Igreja Católica no Concílio de Trento.

Aconselhamento Pastoral

A atividade do aconselhamento pastoral  tem as suas raízes já na Igreja Antiga e deve-se à tradição do platonismo que transparecia no conceito de cura d’almas no qual subentende a salvação da alma imortal através da confissão e absolvição. O aconselhamento pastoral é uma dimensão da koinonia e por isso entende-se que nele há elementos litúrgicos bem como existe também o significado poimênico na catequese, liturgia diaconia e missão. Ainda na Igreja antiga, a centralização do poder no monarquismo episcopal  entregou o aconselhamento nas mãos dos bispos e presbíteros dando-lhes um caráter mais jurídico. A missão da poimênica hoje é dar calor, alento, sustento e cuidado às pessoas que abrem seus corações em meio ao desespero na busca de esperança. 

O aconselhamento pastoral faz teologia à medida que aplica as verdades bíblicas e as testa na arena da vida real. Portanto  o aconselhamento fundamenta-se na integralidade do ser que deve ser buscada dentro da própria natureza humana e não fora dela. Isto se torna possível através de Jesus Cristo que é o símbolo máximo da valorização da experiência humana por Deus. A busca da integralidade é um processo contínuo e não estático. Ela deve ser buscada sempre com a consciência de que nunca será atingida pontualmente, mas sempre gradativamente. O crescimento ou progresso em busca da integralidade pode ser notado através de dois importantes fatores: o amor aceitador nos relacionamentos humanos e a confrontação honesta e sincera. 

Como o modelo centrado no crescimento em busca da integralidade defende a comunidade terapêutica, podemos dizer que a ligação prática destes conceitos em uma comunidade se dá à medida que ocorre a encarnação da graça de Deus – limitada e fragmentária, porém transformadora – através dos relacionamentos de ajuda. O aconselhamento pastoral deve influenciar a diaconia alertando-a do dever de  ouvir a voz do necessitado ao invés de oferecer uma ajuda “surda” e insensível às reais necessidades do oprimido. Tal fenômeno pode acontecer, e é explicado como a “síndrome do prestador de ajuda”. Isto se dá à medida que aquele que se envolve, dificilmente fala de seus próprios problemas. É um fenômeno narcisista. Para que a ação de diaconia seja relevante e eficaz é necessária à compreensão do pobre como vítima inocente de um sistema injusto.

As perspectivas (caminhos necessários) para o aconselhamento na América Latina são o respeito à cultura e religião do outro, diálogo necessário e entendimento de comunidade cristã como processo de comunhão solidária entre Deus e suas criaturas bem como criaturas e criaturas. O modelo holístico, centrado em libertação e crescimento compreende a utilização por pessoas que exercem o ministério, de relacionamento de indivíduo para indivíduo ou de pequeno grupo para possibilitar a ocorrência de potencialização curativa e de crescimento. Seu objetivo maior é a libertação mais plena possível das pessoas na totalidade de seus contextos relacionais e sociais. 

É libertar o potencial criativo que há dentro das pessoas. Neste modelo o crescimento é integral. Não há crescimento em uma área isolada de vida mas em todas juntas. As principais áreas são a superação da alienação em relação ao corpo, enriquecimento da rede de relacionamentos, aumento da consciência e cuidados ecológicos e finalmente um relacionamento aberto com o Espírito amoroso que é fonte de toda a vida. Esta integralidade deve ser buscada e alcançada em cada estágio da vida uma vez que nesses estágios surgem diferentes crises inerentes a cada um deles. Podemos chamar essas crises de desenvolvimentais. 

Há um outro tipo de crise que chamamos de acidentais. O principal objetivo do aconselhamento é à busca da reação positiva às crises de tal forma que elas sejam geradoras de oportunidades de crescimento. Neste modelo, quatro funções poimênicas são destacadas: Cura, sustentação, orientação e reconciliação. Neste sentido, a teoria de sistemas ajuda a entender que o aconselhamento nunca lida com indivíduos isolados, mas eles fazem parte de uma rede de relações (família, vizinhança, trabalho, etc) e estas relações determinam fatores importantes de suas vidas. As perspectivas práticas deverão se dar com a consciência de que o povo brasileiro nunca deixou de ser profundamente religioso (mesmo na pós-modernidade) e que é um povo de pluralidade de raças e culturas. O diálogo será fundamental. 

Aliás, o diálogo é um imperativo divino. No aconselhamento a busca da ética racional e universal que seja plausível para todos também é outro aspecto extremamente relevante. Estas considerações se darão na prática com o redescobrimento da comunidade cristã como espaço e comunicação, pastoral da convivência de pequenos grupos e valorização da experiência particular do sujeito.

O poder dentro do aconselhamento pode ser conectivo ou separativo. A forma conectiva é a benéfica que atua na integralidade da pessoa reconfigurando-a pessoal e publicamente. O poder separativo – que opera pela vergonha – desconecta e controla as pessoas tornando-as massa de manobra a serviço de outras forças. As Igrejas históricas não conseguiram ser comunidades terapêuticas, pois, não se tornaram presentes de forma eficaz nos momentos cruciais da vida das pessoas. Seu trabalho estava centrado no púlpito visando levar os fiéis a Cristo. 

Em decorrência disso historicamente houve um movimento para o pentecostalismo, e espiritismo, devido estas expressões religiosas terem “melhores respostas” a estas questões. Portanto o principal desafio do aconselhamento pastoral na atualidade  é oferecer ajuda através do relacionamento pessoal. Isto se refletirá na teologia do aconselhamento pastoral: “Ninguém salva ninguém ou se salva sozinho! Só nos salvamos em conjunto!” O ser humano tem carência de atenção, afeto e principalmente complementaridade. Isto é claramente observado na linguagem bíblica do corpo de Cristo usada por Paulo. Ministramos cura e edificação uns aos outros. É o sacerdócio universal de todos os crentes. 

As principais implicações práticas serão o treinamento de lideranças voluntárias, consciência das características excludentes de nossas comunidades visando sua eliminação e o trabalho com pequenos grupos.

Bibliografia
Associação Brasileira de Aconselhamento. Fundamentos Teológicos do Aconselhamento. Local: São Leopoldo, Sinodal/IEPG, 1998. p. 5-78.
CLINEBELL, Howard. Aconselhamento Pastoral – Modelo Centrado em Libertação e Crêscimento. Local: São Paulo, Paulinas, 1987. Capítulos 2, 3 e 5.

SCHNEIDER-HARPPRECHT, Cristoph, org. Teologia Prática no Contexto da América Latina. Local: São Leopoldo, Sinodal/IEPG, 1998. Capítulo 13.

A revelação e o Cosmo.


SÍNTESE DA LEITURA - Estevão Barros 

Texto: A revelação e o Cosmo – John F. Haught

A promessa vinda de Deus se faz presente desde a criação do cosmo numa história reveladora e agindo numa diversidade infinita. 

Trata a tese do “big bang” como algo real (?), baseando-se num consenso científico num fato que ocorreu a 15 bilhões de anos atrás e que ainda hoje o homem continua a pesquisar e explorar numa aventura contínua. 

Após um período de “cozimento” inicia-se a evolução das espécies da qual virá o homem (?). A vida avançou em direção a formas mais sensíveis. 

A evolução levou o homem a inventarem (?) a agricultura entre outros descobrimentos. 

Hoje a teologia não pode mais ignorar a ciência em seu discurso sobre o universo (como se esta pudesse responder e atender todas as inquietudes humanas) apesar da mesma ciência não poder responder a diversas questões em contraste a uma fé que acredita na Palavra que dá vida a tudo. Nisto está a manifestação da promessa. 

A vida e a evolução se dão mediante a existência de constantes físicas e químicas (interessante, de uma explosão surge uma tão grande diversidade de elementos sem os quais não haveria vida), mesmo numa desconfiança que em tudo havia um certo sentido (apenas uma desconfiança). A evolução, neste contexto é um aspecto da revelação (então a revelação não terminou e nunca terminará, pois estamos em constante evolução?). 

O autor cita que cristãos medrosos em face de uma idéia (teoria) da evolução ao que o autor ironiza com perguntas, direcionando a um final e pronto de uma criação. Os 15 bilhões de anos não pode ser pensado? A vida divina dada ao cosmo é convidada a evoluir (o mundo atual mostra o quanto evoluímos?). A promessa também nos leva a evoluir, lembrando que o autor diz que a evolução, agora como tese, não contempla o “ato poderoso” de Deus. 

Critica a visão antropocêntrica da teologia (o mundo não é governado e nem dirigido por uma visão teológica, portanto, combater a teologia seria perda de tempo, visto que o mundo é o resultado da própria evolução humana ou diria degradação?). 

Concluo em lembrar que a criação não se resume apenas no que vemos, mas que expande além de nossos olhos. Particularmente não creio numa evolução senão aquela relativa no conhecimento humano voltado tanto para o bem como para o mal. A evolução das espécies não explica ou responde várias questões, mas tenta se impor como fosse a razão (a única não pooderia haver outra?) de toda explicação científica.

A Igreja no Império Romano.

DREHER, Martin N. A Igreja no Império Romano. 4a ed. Local: São Leopoldo, RS Editora Sinodal, 1993. 96 p. Coleção História da Igreja. Volume I.

I – História Eclesiástica
        O autor comenta da pouca importância da História Eclesiástica dentro do estudo da Faculdade de Teologia. O assunto deve ser revisto pois a revelação de Deus ao homem se torna um fato histórico. Como exemplo cita o povo judeu consciente de sua história desde o Egito, sabendo o que e quem são. A história para estes não é um fim e sim um meio que os levará a um fim. Esta memória continua através dos tempos, enquanto os judeus aguardam o messias nós aguardamos o seu retorno. Sem memória não há esperança e sem esperança a memória se esvai. A lembrança é algo essencial para os cristãos relembram por diversos rituais tendo em mente a memória cristã. Estudar a história da Igreja é reviver e viver o que Deus realizou e esta a realizar.

II – Império Romano na Época do Nascimento de Cristo
        O Império Romano dominava uma área que abrangia a maior parte do mundo conhecido na época sendo unificado na figura do Imperador que detinha o poder baseado nas legiões, além do Senado que não exercia poder. O Império era dividido em províncias: Imperiais, Senatoriais e Especiais estas com um cuidado por serem regiões com culturas próprias. Cada província tinha uma espécie de assembléia, chamada concilium, que participava da administração regional. O Império continha uma infinidade de povos, culturas, raças e a unificação da cultura era pretendida e exercida pela administração, pelo exército e comunicação entre as partes imperiais. A mistura através do comercio de escravos, a movimentação das legiões, o comércio transformaram várias cidades em centros culturais onde haviam pessoas de todas partes do mundo. A conclusão se dá no grande responsável pela unificação: o helenismo. A cultura trazido por Alexandre, a grega através da língua, costumes, utensílios, arte, literatura, filosofia e religião se espalharam por todo o Império. O mundo greco-romano foi influenciado pelos helenistas, judaísmo, a fé cristã e o culto a Mithras.

III – Situação Religiosa no Império Romano
       Haviam diversos cultos. As diversas culturas, a liberdade e a tolerância faziam com elas se espalhassem por todo Império. Os cultos que exigiam sacrifícios humanos ou orgias foram proibidos. Várias religiões desapareceram com o helenismo, surgindo os cultos de mistério e no Oriente o culto ao Imperador. No século 4º AC surgiram cultos egípcios e orientais com crença nas estrelas e contrapondo a magia. Vários cultos também surgiram trazidos por comerciantes, soldados e escravos. O culto ao deus Mithras, atraindo muitos homens, principalmente soldados e tendo sua data de nascimento transportado ao do nascimento de Cristo. O Culto ao Imperador, com raízes no Oriente. O livro de Daniel relata tal prática. O sincretismo religioso teve importância na mistura religiosa surgindo uma unidade de religiões com a qual a fé cristã teve de lutar. A salvação não era algo apenas cristão mas de várias religiões com um salvador, com ceia, batismos, renascimentos, nova vida, perdão entre outras práticas. Tudo isto contribuiu para a formação de uma fé monoteísta. A filosofia entre os mais cultos era o caminho a seguir.

IV – Palestina e Judaísmo Palestino
A Síria uma província das  mais exploradas e tendo a Judéia como parte. Residiam ali muitos judeus mesmo após a diáspora. Houve também a revolta dos Macabeus e a influência helenistica. Herodes se tornou o rei daquela região e vida religiosa dos judeus estava em partidos. Os zelotes lutavam pela libertação em relação a Roma, provável que muitos discípulos faziam parte deste partido. Os judeus podiam ser encontrados em diversas cidades do Império. Mantinham sua unidade em termos de cultura e religiosidade. Jerusalém era um centro político e religioso. Podiam manter em qualquer lugar que morassem  suas tradições e participavam da vida social e comercial do Império, alguns sendo cidadãos romanos.  A unidade fez do judaísmo um movimento missionário. Na cidade de Alexandria, no Egito o VT foi traduzido paro o grego formando a Septuaginta (LXX). Na época do nascimento começava a surgir o anti-semitismo, algo sempre presente em maior ou menor grau. Um dos motivos fosse os princípios de uma religião diferenciada.

V – Plenitude do Tempo
A plenitude do tempo é antes um ato de fé, sem explicação clara. Os escritos do Novo Testamento não são atos históricos mas de pregação, de confissão  e expressão de fé. Os textos bíblicos não podem se calar diante da pesquisa. Não podemos tratar de um Jesus “histórico” mas de um Jesus “terreno” da qual nasceu a igreja e os cristãos. A mensagem do Reino de Deus irrompeu com a vinda de Jesus, permanece. Não uma sabedoria mas um descobrimento, o da fé em Jesus a verdade de Deus. 

VI – Comunidade de Jerusalém
Jerusalém é a mãe do cristianismo por todos acontecimento que tiveram lugar nesta cidade. Citando características: movimento causado pela atividade missionária e a prática do batismo, permaneciam juntos, estabeleceram um nova forma de culto nos lares, encontra-se o líder da comunidade: Tiago, a mudança da adoração para o Domingo e outros dias de adoração e o recebimento de cristãos helenistas levando a ênfase missionária aos gentios.

VII – De Jerusalém a Roma
Paulo se tornou o missionário entre os gentios, sua formação muito contribui para o sucesso de seu trabalho, não sem enfrentar dificuldades com outros Apóstolos em relação a Lei e a fé na graça que liberta. Apresentou uma nova visão dos acontecimentos presentes e futuros em relação a salvação o que contribuiu para o crescimento da fé cristã.

VIII – Comunidades gentílico-cristãs, posteriores a Paulo
As comunidades podem ser entendidas através dos escritos do Novo Testamento, dos pais da igreja e dos evangelhos e dos atos apostólicos. Com o passar do entusiasmo a institucionalização foi perpetuada criando espaço aos clérigos criando a autoridade episcopal com Bispos, Presbíteros e Diáconos. O culto passa pela mesma transformação, estabelecendo costumes fixos. Estas mudanças alteram a fé e a doutrina baseadas nas cartas paulinas e no batismo neste momento os evangelhos foram redigidos e os apócrifos rejeitados. O centro era a fé em Cristo visto como o próprio Deus. A prática da penitência e a abstenção de alimentos foram estabelecidos como o cuidado social dentro da comunidade.  A maioria dos membros era de pobres, muitos escravos e o início da acepção de pessoas pelo que faziam. Só no início do século III começam a surgir locais exclusivos para culto.

IX – Heresia e catolicidade
            A jovem Igreja desde cedo começa a enfrentar os inimigos que surgem em forma de heresias, saídas do seu interior. A gnose foi criada originalmente por Zoroastro e com o passar do tempo foram tomando formas diferenciadas. A gnose cristã misturava o sincretismo, a fé e principalmente a sabedoria com elementos místicos. Seu maior representante foi Valentino na época do ano 170. Marcião, expulso da sua comunidade de origem negava a posição cristã em relação ao AT, criticava o Deus dos judeus e a sua justiça, criou uma coleção de escritos e defendeu as teses de dois deuses, Cristo não tinha um corpo. Neste confronto a Igreja estabeleceu sua primeira confissão de fé. O Montanismo (ano 156), através de Montanus se voltou contra a institucionalização da Igreja. Sua doutrina era voltada para glossolalia, para um fim de mundo próximo, que por seu intermédio falava o Espírito Santo dizia ser a expressão final do Pai, Filho e Espírito. Combatia a hierarquia e os sacramentos. Seu movimento era disciplinado e houve um grande crescimento, seu maior adepto foi Tertuliano. Cipriano, um dos criadores do primado de Pedro, inclui ai a sucessão apostólica através dos Bispos e que o episcopado monárquico era uma instituição de Jesus Cristo. Estes ensinos transformaram a igreja abrindo as portas para o papado.

X – Formação do cânone neotestamentário e a mulher na Igreja Antiga
A questão da mulher. Nos tempos antigos era considerada sem valor. Nos estudos dos escritos não se consegue admitir que as mesmas ocupem lugares de destaque. O autor faz diversas colocações pró e contra a presença ativa da mulher no período neotestamentário sem contudo chegar a uma conclusão, enquanto na tradição cristã antiga a mulher é vista como cristã tempo depois a mesma situação é considerada heresia e o autor conclui que a mesma heresia é a igualdade de todos os cristãos contrapondo o pensamento judaico. Jesus inclui e não fez exclusão de ninguém.

XI – Fé cristã e filosofia
O cristianismo teve se confrontar com as várias correntes filosóficas. O estoicismo com sua racionalidade, os platônicos, os sofistas. Uma maneira encontrada de combatê-los foi encontrada com Paulo utilizando uma concepção cristológica. Mais tarde alguns apologetas dialogaram com os filósofos não sem influências destes. Justino viu no Logos, um conceito grego a consumação em Jesus. Pensadores como Sêneca foi aceito por muitos cristãos por sua semelhança a fé cristã. O estoicismo encontrou aceitação no mundo cristão. Houve outros que combateram a fé como Celso que utilizando da razão questionava os cristãos. Clemente foi um dos expoentes. Orígenes abriu a primeira escola teológica e desenvolveu todo um estudo crítico dos textos sagrados, seus escritos eram dirigidos a uma elite de pensadores. Por fim a filosofia, o helenismo e a fé cristã se fundiram.  

XII – O Imperador e os cristãos
Os cristãos primitivos eram obedientes as autoridades, não obstante a lealdade era provada quando do culto ao Imperador, um costume oriental tendo Augusto como o maior expoente. Nero, com uma acusação infundada perseguiu e matou muitos cristãos depois de condená-los por terem incendiado grande parte de Roma. Com a sua morte e na s sucessões de Imperadores haviam aqueles que tratavam os cristão com tolerância e outros os perseguiam da mesma forma que havia liberdade para os cultos pagãos. O que estava em jogo era a fidelidade dos cristãos ao Estado. Quando da crise no Império os Imperadores tentavam restabelecer a adoração aos deuses e ao Imperador, tendo o deus Mithras o senhor do Império Romano. Após várias lutas pelo poder Constantino sobe ao trono e começa a dar a Igreja liberdade em troca de apoio mútuo em busca de interesses.

XIII – A Igreja Imperial
Constantino tornou-se o senhor da Igreja. Suas intenções eram políticas pois tendo a igreja sob seu controle o Império podia repousar em paz, a este processo chama-se cristandade. O culto ao deus Mithras tinha muito da característica cristã. A tradição cristã viu em várias narrativas uma conversão de Constantino que se tornara o dono da igreja e todos lhe deviam obediência. A primeira dificuldade do Imperador foi o levante dos Donatistas, eles não aceitavam a nomeação de Bispos que haviam fugido do martírio, o Imperador não conseguindo impor sua decisão e o movimento continuou existindo até o V século. Outra questão levantada era quem é Jesus Cristo, a questão levou a igreja a debates, os arianos tentando provar que Jesus fora criado por Deus, não tendo a mesma essência (ousia) e os ortodoxos dizendo que Jesus era o próprio Deus inclusive em essência. Para discutir o assunto foi realizado o primeiro Sínodo ou Concílio em Nicéia em 325, a questão avançou por muitos anos ora uma posição sendo vencedora ora outra. Com a morte de Constantino outros Imperadores vieram mas  no final do século IV a Cristandade estava estabelecida, debaixo da forte mão do estado.      

XIV – Doutrina e a vida da Igreja
Roma se tornou a maior comunidade cristã do Império apesar de ser colocada de lado em momentos importantes. Com a transferência da capital para Constantinopla a política se transferiu para o oriente. Na metade do século V Roma tenta uma reviravolta com uma lenda em que Constantino teria doado a Silvestre e a seus sucessores os Estados Papais. Com Dâmaso realizou-se um sínodo em que solicitou ao Imperador a supremacia em questões jurídicas, em questão de tempo os decretos papais tinham valor idênticos aos dos concílios daí surgindo os primeiros “papas” . Leão I foi o primeiro para de renome. No início do século V o Império Ocidental ia desmoronando. A velhas questão quem é Jesus volta a cena. O batismo era postergado até o último momento, crianças começaram a ser batizadas quando enfermas, os mártires eram venerados, adorados e seus objetos tinham poder de realizar milagres com a benção da Igreja, não demora muito até o culto aos santos e imagens. Os clérigos não eram exemplos a ser seguidos. Maria começa a ser venerada. Jerônimo traduziu a Septuaginta para o latim, conhecida como Vulgata. Surge a pessoa de Agostinho, trazendo sua conformação latina.   

XV – Qual é o rico que se salva ? Temática da riqueza e a pobreza na Igreja Antiga
O mundo dos primeiros cristãos era marcado por desníveis sociais e que a questão do direito a riqueza foi matéria de controvérsia entre os cristãos pois o nível social estava ligado a riqueza do indivíduo. O autor faz um exposição sobre os textos bíblicos de Mc 10.21-23, 26 e Mt 19.16-30 onde Jesus trata do assunto. Em 130-140 Hermas vem com uma interpretação de um sonho defendendo que ser cristão e ter riquezas são coisas irreconciliáveis, os escritos de Tito caminham na mesma direção. Tertuliano por sua vez faz um estudo sobre os textos acima e declara que a propriedade e a riqueza seguram a pessoa. Clemente no ano 200 defende que nenhum mal há nas propriedades e na riqueza desde que façamos bom uso delas sem maldade no coração que os ricos lembrem que do tesouro prometido no céu, o uso apropriado da riqueza está em servir ao próximo com amor como um serviço a Deus pois tudo pertence a Ele. Na metade do século IV os pais da igreja criticam o acúmulo de propriedades nas mãos dos ricos e em 370-397 Basílio defende que as propriedades sejam compartilhadas com os pobres e sem assim não o fizessem considerava roubo pois as mesmas pertenciam a Deus, e com isso ao pobres. Segundo ele se as riquezas fossem distribuídas não haveria pobreza. Gregório de Nazianzo compartilha da idéia de auxiliar os pobres com esmolas, mesmo ele não dividiu seus bens com os pobres. João Crisóstomo faz uma critica aos latifundiários que exploravam o ser humano e sua dignidade inquirindo sobre a origem da riqueza, Crisóstomo foi um líder religioso que quis eliminar a pobreza e não as causas. O fato é que a Igreja se contentou com as esmolas em trocas de bênçãos divinas.

XVI -  Final da história da Igreja Antiga
        O fim da Igreja antiga é marcada com o papado e a degeneração do estado Romano enquanto no oriente havia rivalidades entre os patriacardos de Alexandria e Constantinopla. O tema cristólogico permanecia, os de Alexandria defendiam que Maria dera a luz a um Deus, os que defendias eram monofisitas. O grupo de Antioquia defendia a dupla natureza de Jesus: a humana e a divina. Em 428 surge Nestório defendia que Maria era paridoura de Cristo trazendo contra ele a ira do clero, principalmente de Alexandria, este foi o motivo do Concílio de Éfeso no ano 431 quando Cirilo vence levando Nestório ao exílio e a morte. Alguns anos depois Eutiques afirma que o corpo de Cristo não era humano trazendo uma nova confusão culminando num Concílio em Éfeso no ano 449. Flaviano discordava da tese e obteve o apoio de Leão I a princípio contrário mas por questões políticas defendeu Flaviano. Os monges de Dióscoro vindo de Alexandria espancaram os concorrentes levando Flaviano a morte e a derrota de Leão I. Marciano, anulou as decisões de Éfeso e em 451 deu-se o 4º Concílio Imperial que restabeleceu a Flaviano tendo por base as encíclica de Leão I. Neste momento também foi reconhecido que o patriarca de Constantinopla tivesse a mesma autoridade do bispo de Roma, o que era inaceitável, o que viria a ser a cisão da Igreja latina e Oriental. Vários movimentos políticos se sucederam. O Império estava restrito a Itália. A cisão entre o ocidente e oriente aconteceu após o excomungar do patriarca de Constantinopla. As igrejas monofisitas permanecem até hoje.

Jesus divino e histórico.

SÍNTESE DE LEITURA – Estevão Barros


Texto: A Guisa de Introdução – Willian Loewe p. 5-20


O autor trabalha em seu texto os acontecimentos iniciados a partir da década de cinqüenta (1951), a cristologia tomou uma nova forma de ser. O autor expõe o objetivo em explicar o processo de investigação sobre o tema.

As suas idéias estão baseadas em duas abordagens. A primeira, a “baixa, ascendente”.

Neste campo estabelece a figura de Jesus como o Messias ou como o Cristo (O Ungido) em duas visões: a de um Jesus histórico e outra visão o da dimensão religiosa, que vê Jesus, como o Cristo, apesar de um grande número dos chamados cristãos não saberem o verdadeiro significado desta palavra. O Cristo passa então a ter um significado religiosopara o homem Jesus. Com base nesta afirmação, questiona o significado de tal expressãonos dias atuais. A “baixa, ascendente” parte do homem para a figura religiosa de Jesus.

A segunda abordagem é a “alta, descendente”. Partindo do texto de João no seucapítulo primeiro, mostra um Jesus divino e que se torna carne. Desde o primeiro Concílio, o de Nicéia em 325, o tema sobre a divindade de Jesus é motivo de discussões e de interpretações diversas. As antigas escolas de Antioquia e de Alexandria, pólos teológicos da época divergiam sobre a figura de Jesus.

Enquanto Alexandria demonstrava um Cristo elevado, Antioquia fazia a defesa de um Jesus totalmente humano. O Concílio da Calcedônia fez uma junção dos pensamentos chegando a formulação de um Jesus totalmente divino e humano ao mesmo tempo.

Em 1951 - mil e quinhentos anos depois - três linhas críticas sobre as duas naturezas surgem:
1. Como um ser divino pode se tornar humano?;
2. A crítica pelo que o Concílio omitiu: a vida, morte e ressurreição de Jesus e,
3. Jesus não pode ser totalmente humano, menos no pecado.

As críticas ao pensamento antigo se devem a mudança que o cristianismo sofre, influenciado pela ciência. Quando a “ingenuidade” (antigas narrativas) encontra a ciência surge uma hermenêutica suspeita. A Bíblia (a narrativa bíblica parece algo ingênuo) diz uma coisa e a ciência outra. Quando se constrói uma dimensão entre a fé e a ciência surge uma compreensão de repensar o significado religioso de Jesus hoje.

A igreja, como comunidade de fé, está longe de se abrir para a visão de um Jesus dividido, entre um histórico e um de fé.

domingo, 17 de dezembro de 2017

O Ministério Pastoral: a geração de conflitos e tensões na família pastoral: uma reflexão a partir da igreja Batista. Parte III

Capítulo III - contribuições para a resolução de tensões e conflitos

“com o passar do tempo por diversos fatores, muitos (as) pastores (as) se sentem desapontados, desanimados, desmotivados...” [57]

1.  Contribuições

Nota-se a partir da pesquisa realizada diante dos poucos documentos disponíveis da denominação Batista, a total ausência de assuntos que abordem os conflitos e as tensões da família pastoral. Isto não acontece apenas nas comunidades batistas, mas em outras tradições religiosas o fenômeno se repete.
No capítulo anterior foram expostas práticas e ações geradoras de tensões e conflitos no interior da família pastoral, de um esposo ou pai atuante diante de uma comunidade batista. As práticas geradoras de tensões, porém, podem ser encontradas em partes ou no todo em qualquer outra comunidade religiosa protestante de perfil histórica. O fenômeno surge nos conflitos entre as micros-sociedades: Família e Igreja, em suas inteirações e na dificuldade em elaborar um relacionamento capaz de harmonizar os interesses.

Diante deste quadro surge a questão: quais contribuições poderiam ser dadas diante de um quadro de tensões e conflitos justamente na casa daquele que é anunciador de esperança, de vida, de fé, perdão, paz, justiça, salvação e transformação. Naquele homem que para muitos pode muito contribuir com a resolução de seus próprios conflitos familiares?

A dificuldade é que as tensões e conflitos apresentados no capítulo anterior estiveram sempre presentes, de diferentes maneiras e intensidades, na vida de famílias tidas como exemplares para muitos membros da comunidade, que procuram nela modelos, se bem que nem sempre são seguidos.

Assim neste capítulo se apontam contribuições que possam auxiliar em prever, perceber, rever as ações individuais ou coletivas que determinam práticas causadoras de conflitos entre as micro-sociedades:

              1.1 A Igreja Batista

É inegável que a Igreja Batista têm, assim como outras denominações protestantes passado por profundas transformações: sejam culturais, sociais, e mesmo religiosa. Por mais que a comunidade mantenha sua postura conservacionista, a Igreja tem sofrido uma forte pressão da sociedade há alguns anos. Em um mundo globalizado, poucos são os que conseguem manter-se isentos de influências e transformações. Dentro desta perspectiva, é importante que a Igreja entenda que as famílias em geral, e a pastoral em particular, a casa do pastor não mantém um mesmo padrão, ou estereótipo do passado. Ela sofre influência como qualquer outra instituição. Para muitos, permitir que a Igreja seja influenciada pela sociedade, é conduzi-la a uma secularização cujo resultado final é a perda sua identidade, no caso, a Batista.

A Igreja, portanto, deve estar preparada para lidar com o diferente. Novas práticas, ações, pensamentos, interpretações que não existiam ou que são transformadas pela dinâmica da vida, com e neste mundo de grandes mudanças e transformações. Aprender que as transformações, em seus mais diversos sentidos são por diversas vezes necessárias, e nem sempre negativas. Mesmo diante do desafio em que não há unidade de pensamentos, nem mesmo a forma de agir dos batistas. A diferença é perceber que na diversidade todos podem aprender.

                   1.2 Família

Outro agravante existente está na perspectiva em que os pastores tendem a não perceberem que suas próprias casas, e famílias são focos de tensão. Gary R. Collins[58] afirma que os conflitos familiares é um problema quase universal. Famílias problemáticas podem ser encontradas nas casas dos membros das comunidades, nas casas de pessoas não evangélicas, seja de qual expressão religiosa for, e de qualquer parte do mundo. A idéia falsa, de que a casa pastoral está isenta de problemas é uma distorção da visão familiar que as comunidades possuem. Preocupam-se apenas com seus próprios problemas. Tal formulação aponta a não percepção com a realidade, as estruturas da sociedade refletem sobre a família e o inverso é verdadeiro[59]. As famílias mais influentes na vida pública procuram exercer este poder também nas comunidades, assim como patrões. É por estas razões que a opressão causada a partir da comunidade batista se faz presente, impondo-se sobre a família do pastor. Exigindo dela a perfeição, um exemplo admirável, um modelo a ser seguido, porém nem sempre imitável em suas práticas com o próximo.

Manter uma relação saudável com a família exige do líder estar atento para diversos tipos de necessidades que, individualmente, cada família mantém. Estar atento não resolve o problema por si mesmo. Estar alerta para o problema significa a necessidade em adquirir conhecimentos e fundamentar práticas que permitam suprimir eficazmente as necessidades humanas, e em particular na sua própria família. Collins[60] cita que os esforços mútuos como disposição para transigir, e a experiência de aprender são meios que podem muito ajudar o casal a aprender com suas próprias lutas e dificuldades. Collins[61] sinalizando diversas maneiras em se manter o relacionamento familiar sadio, propõe que a comunicação seja utilizada na busca de solução para os conflitos como algo necessário. Pode colaborar, e é possível a não resolução definitiva de conflitos.

Entender que a família é um conjunto de subsistemas: o casal, os filhos, os pais se relacionam dentro de espaços limites, também denominados fronteiras[62] que envolvem e dividem as relações baseados em regras que definem até onde quem pode ser incluído ou excluído. O pastor pode inconscientemente impor fronteiras a sua família ou a própria comunidade pode fazê-lo. Nesse sentido a construção de limites que colabora para o desenvolvimento de cada subsistema se desenvolve e se harmoniza. Poderia considerar em estabelecer fronteiras não demasiadamente extensas e nem justas onde cada subsistema invade constantemente o outro.

                   1.3 A Vocação Pastoral

Antônio Carlos Santos afirma que o pastor consagrado normalmente sabe comportar-se dignamente no exercício de sua nobre missão[63].

Destacar a aprovação do pastor a partir de sua relação familiar será o foco, neste momento. Da aparência para a convivência, da teoria a práxis pode haver uma considerável divergência.  Ser obreiro aprovado por Deus (II Tm 2.15) tem um duplo sentido. Ser aprovado por Deus, significa antes, ser aprovado na práxis, e nas mais diversas relações humanas. Como as relações são diversas e se dão em vários níveis, e de formas variadas, diante de tantas possibilidades, seria impossível esgotar o assunto nesta obra.

Ser aprovado por Deus inclui ser um bom e justo pai, e esposo (I Tm 3.1-11, Tt 1.6). Isto significa que o pai pastor e esposo pastor têm sérios deveres com sua família (I Tm 3.4). Antes mesmo de estar preparado para cuidar da comunidade, deve cuidar dos seus familiares. Não apenas de forma preventiva, mas também na manutenção de uma relação familiar estável, para que se tornem referência, não só diante da micro-comunidade, mas na macro-sociedade, como seres influentes.

Discutir a questão do público e do privado na vida da família pastoral é um desafio. Há um entendimento que o público se refere ao dever do cidadão, enquanto seu direito se exerce na sua privacidade. A vida privada do pastor e dos seus não é levada muito a sério. Há uma forte tendência de fazer do privado o público - apesar de que na sociedade urbana existia uma forte distinção entre a vida privada e a vida pública - Não porque o público invade o privado, mas que o privado não existe. A inter-relação entre o público e o privado no exercício do pastorado, devido a sua forma de ser e existir é um fato, mas a tendência é não manter um equilíbrio sadio para as inter-relações sistêmicas. Davi Merkh define este tipo de ação, o público invadindo o privado como “vida de aquário”. [64] O pastor deve proporcionar a sua família condições de poder ser simplesmente família, apesar de suas importantes contribuições.

Outra contribuição possível é atribuir uma condição, normalmente não aceitável, em que o Ministério seja considerado uma profissão, apesar do princípio da vocação. Quase todo profissional, sofre com os desafios da profissão escolhida. O exercício do ministério também os tem. A diferença está em que, a demais famílias, salvo exceções, não participa diretamente da profissão do pai, seja ele engenheiro, motorista, gari, e outras profissões. A formulação da profissionalização permitiria a família do pastor uma maior isenção em relação ao pastorado do pai pastor e do esposo pastor. O ministério como profissão permite uma relação mais saudável com os vários papéis que uma pessoa vocacionada para o ministério para o ministério pastoral tem além de ser pai, irmão, marido, dentre outros, sem que a comunidade direcione a relação intra-familiar do pastor.

A família necessita de tanta atenção e cuidado assim como a Igreja de Deus[65]. Esta afirmação de Barrientos surge como um desafio para o pastor e a comunidade. O micro-cosmo denominado família pastoral tem suas necessidades que devem ser supridas pelo pai, em suas diferentes relações[66] de provedor, pai, esposo, juiz, sacerdote e professor. 

                 1.4 A Esposa

O pastor deve estar atento às necessidades familiares “é de suma importância que o pastor tenha tempo para a sua família, principalmente para sua esposa, para que em meio a tantas dificuldades, como já citado anteriormente, a esposa não venha a ter a pior delas, que é a ausência do esposo”. [67] 

Continuando sua reflexão, De Paula faz a seguinte consideração:

“Porque o pastor não pode vendar seus olhos diante da realidade que cerca sua esposa, suas tensões, dificuldades, expectativas e necessidades. Ao dar atenção às necessidades da esposa o pastor poderá evitar momentos difíceis de crise familiar”. [68]

Diante de tantas mudanças e possibilidades tornar-se difícil estabelecer o real papel da esposa do pastor. Como vimos anteriormente à mulher ocupa cada vez mais espaço, e poder de influenciar a sociedade. Como a esposa do pastor está inserida socialmente isto a desafia. Não somente a ela, mas ao esposo pastor, e a comunidade, que não está por diversas vezes preparada para lidar com o diferente e com o atual. Portanto, o desafio está posto para todos.

A mulher pode agora escolher. Como anteriormente mencionado, sua importância cresce nesta nova forma de ser da sociedade. A mulher é sujeito de direitos. Assim as relações não devem ser mais impostas, mas negociadas entre os envolvidos, sem contudo haver imposições que não respeitem o indivíduo, e suas escolhas. Toda ação causa invariavelmente uma reação, por esta razão as relações humanas devem estar baseadas em entendimentos capazes de solidificar mutuamente os envolvidos, por mais divergente que seja o assunto tratado.

Já Merkh concede as seguintes contribuições à forma de agir da esposa do pastor[69]:

a.       “Desenvolva uma rede de relacionamentos com outras esposas de ministros.
b.      Na medida do possível, participe de retiros e congressos para ministros e suas famílias.
c.       Procure uma senhora de dentro ou fora de sua congregação com que você pode abrir seu coração sem medo de traição e fofoca.
d.      Desenvolva pelo menos uma amizade forte com alguém de confiança dentro ou fora do seu ministério.
e.       Continue crescendo como pessoa, especialmente no sentido espiritual; acompanhe o progresso de seu marido (cursos, fitas, leitura, etc).
f.       Cultive sua amizade com seu marido.
g.       Participe com seu marido, tanto quanto possível,no ministério dele, sem prejudicar o bom andamento do seu lar.
h.      Não permita que o “temor dos homens” (Pv. 29.25) determine o que você fará ou não fará no seu ministério. Não basear sua vida na opinião ou nas expectativas dos outros!
i.        Não viva na sombra de outras esposas; seja quem você é.
j.        Eduque a congregação sobre o papel da esposa do ministro”.

As sugestões proposta pelo autor demonstra que a esposa deva se libertar de paradigmas e ser capaz de estabelecer uma rede de relacionamentos capazes de lhe dar subsídios necessários para a interiorizar e objetivar seus demais relacionamentos junto a comunidade e seu esposo pastor.

                 1.5 As Relações

1.5.1 – Sexualidade

A manutenção do casamento se baseia no relacionamento dialogado entre a esposa e o esposo pastor. Nisto consiste a possível ausência de possibilidades que possam trair a confiança entre ambos.

O ministério exige que o pastor esteja à disposição de todos. Isto inclui tanto homens como mulheres. O pastor e a esposa devem aprender a lidar com esta realidade com maturidade. Neste tipo de proceder não há espaço para emoções de desconfiança ou de ciúmes. O pastor deve zelar pela manutenção da vida. Seja do seu povo, seja deste mundo. Sua esposa deve entender que seu esposo é um agente de Deus, colocado para servir aquele/a que dele necessita.

Se um cuidado deve ser estabelecido, ele está na construção da relação entre o esposo e a esposa e não deve envolver a comunidade, nem os filhos. Manterem-se satisfeitos com suas necessidades físicas, emocionais, afetivas e sexuais é indispensável à saúde psico-físico-espiritual da família. É desejável que tanto a esposa, como o esposo, se ajudem mutuamente, respeitando a identidade de ambos. O casal pode desenvolver de forma dialogada um cotidiano de compromisso mútuo de suporte à escolha vocacional de cada um. Essa convivência será salutar para o casal, a família e também para a igreja onde ambos participam seja como pastor ou leigo/a.

 A esposa tendo segurança em relação ao seu esposo poderá ser de grande ajuda para o ministério, pois terá atenção a comunidade sem que haja distorções causadas por emoções capazes de retirar o foco de auxiliar seu esposo, seus filhos/as e sua comunidade. Semelhantemente o esposo pastor deve ser integro em sua forma de agir em relação a sua esposa, e a sua comunidade, principalmente em relação ao público feminino. É possível manter-se amável, sem contudo, dar abertura para má interpretação por parte dos membros. Isto é vocação, agir igual dentro e fora da igreja.


1.5.2 – Comunicação

Um dos melhores meios de evitar dificuldades nos relacionamentos é a comunicação. Não que isto evite dificuldades, mas é indispensável para lidar com tensões e conflitos nas relações no interior da família pastoral. Viver uma dinâmica familiar que oportunize as expressões de opinar os conflitos interiores, tristezas, frustrações de seus membros, é vital para uma comunicação sem ruídos, provenientes da comunidade. Ademais colabora na clareza do exercício de papéis na família, igreja e sociedade sem fragmentar a identidade de cada um/a.

1.5.3 – Finanças

Elizabeth Stowell Charles Gomes menciona três possibilidades neste sentido[70]: primeiro que todos os pastores sofrem dificuldades financeiras, apesar de muitas igrejas estarem a par da realidade e nada fazerem para diminuir este sofrimento. Segundo, quando se encontra pastores que exercem junto com o ministério uma profissão paralela, neste caso, segundo a autora, há possibilidade de haver negligência em alguma área da vida ministerial, além de estar sujeito a críticas da comunidade onde serve. A terceira possibilidade está no pastor dedicar-se integralmente ao ministério, enquanto sua esposa exerce uma profissão. Esta sugestão também é passível de críticas e cobranças da comunidade. Porém são maneiras que podem ser úteis para resolver os problemas financeiros da comunidade, ou diminuir a dependência financeira do Pastor em relação a sua comunidade. 

Outra possibilidade que tende a evitar ou diminuir as tensões familiares está em manter um padrão financeiro baseado em um severo controle orçamentário. Prevendo as despesas, mantendo controle da saída do dinheiro. A prática exigirá da família determinação e disciplina para não se render ao forte espírito consumista imposta pela mídia e na valorização daquele/a que tem, e não no que é. A prática poupará que a família tenha conflitos em seu interior devido ao dinheiro gasto erroneamente ou em excesso.  

1.5.4 – Organização e Tempo

Este quesito, por mais irrelevante que possa parecer, constitui uma das peças fundamentais nas relações familiares, principalmente na família pastoral. O pastor tende a encontrar tempo para quase tudo, menos para os seus. A comunidade demanda a maior parte do tempo do pastor. É comum que o pastor esteja vinte e quatro horas do dia, sete dias da semana a disposição da comunidade.

Organizar seu tempo exige disciplina e senso de responsabilidade do pastor em cumprir seus objetivos. Utilizar o tempo de forma eficiente permite uma melhor produtividade, desafia o ministro em exercer sabedoria para cumprir com suas obrigações. Entre elas, com sua própria família: esposa e filhos/as.
                 1.6 Os Filhos

Gomes cita que os filhos de pastor não devem se sentir culpados por terem nascido em lares pastorais[71]. Tanto a comunidade como o pai pastor, devem entender que os filhos não nascem santos. Ser filho/a de cristãos não os torna cristãos. Deus não tem netos, apenas filhos/as. O desejo dos filhos/as é que possam ter um pai autêntico. Que participe de suas vidas, que os orientem em suas angústias, em direção a vida.

O pai pastor poderia ajustar-se às mudanças contínuas que a sociedade e a família sofrem diariamente. Os filhos/as estão embarcados nestas mudanças e muitas vezes ficam confusos em relação aos valores morais. Precisam de constante orientação e ajuda. Os filhos necessitam de um pai que interceda pelos seus filhos em constante oração, de um pai que constantemente esteja orientando e de um pai que haja com disciplina quando necessário, sempre agindo na base de um amor profundo pela vida de seus filhos.

Os filhos tendem a imitar seus pais, sendo os pais ausentes, a quem imitarão? É a responsabilidade dos pais colaborarem com a elaboração das estruturas da personalidade dos filhos.


                 1.7 A Comunidade

A Igreja, na Idade Média tomou para si o controle do casamento e da vida familiar, impondo sobre ela seus conceitos de moralidade sobre a vida íntima do casal[72]. Toda comunidade, repetindo este controle, tem suas expectativas em relação à família pastoral e mais especificamente em relação ao seu pastor. Quando é criado um clima de ansiedade em relação ao que o outro pode nos fornecer há três possibilidades em relação ao retorno das expectativas: 1. que as expectativas sejam cumpridas exatamente como a imaginamos; 2. que as expectativas estejam aquém, e cause frustração, e 3. que as expectativas estejam além dos desejos e que haja o sentimento de plena satisfação. 

Não só a comunidade, como também o pastor, a esposa e os filhos criam e alimentam suas expectativas, uns em relação a outros. Esta troca contínua produz diversos sentimentos de frustração ou de plena satisfação para cada um dos indivíduos.

Todos precisam saber lidar com este tipo de situação. Aprender e crescer diante das experiências obtidas. A comunidade deve entender que a família é composta de pessoas da mesma forma que as demais. Sujeita as mesmas paixões e fragilidade de todo ser humano. Esta compreensão e aplicação são necessárias no interior da comunidade, para a manutenção da saúde das relações intra-pessoais e inter-pessoais. Este procedimento tende a manter um equilíbrio das expectativas, não as supervalorizando, mas mantendo-se em níveis aceitáveis. Para tanto é necessário um aprendizado nas relações, além de cuidado em não extrapolar a normalidade. A visão de uma Igreja com presença pública pode ser uma alternativa nas relações com a família pastoral. Quando a Igreja coloca sua visão para fora e se envolve com a sociedade que a rodeia diminui sua atenção, e consequentemente a cobrança junto à família pastoral, além de valorizar a contribuição que as famílias podem dar[73].  Até mesmo porque a própria Igreja é um grande sistema de relações. Construída a partir de subsistemas familiares, individuais e outros, formam um ecossistema de múltiplas formas. Convém lembrar que todos subsistemas são permeáveis e passíveis de limites[74]. A comunidade poderia agir em se tornar uma rede de apoio não apenas as famílias da própria comunidade, mas também para as de fora e principalmente criar formas de apoio e contribuição à família pastoral[75].

Outra necessidade da família pastoral é o respeito a sua identidade. Tanto a esposa, como os filhos possuem sua individualidade, caráter e personalidade. Possuem nomes e rostos próprios. Querem ser vistos e respeitados como seres humanos. Conhecidos não pelo seu grau de parentesco, mas porque eles são pessoas juntos a outras das comunidades. Não são especiais e nem inferiores a ninguém. Querem simplesmente ser respeitados, e manterem sua dignidade. 

                 1.8 O Pastor

John Monroe Landers menciona que o pastor batista é antes de tudo um homem[76]. Isto é lógico, porém não é esta a visão que muitas pessoas da comunidade têm de seu pastor. Alguns o têm como o Homem de Deus, outros vêem a presença de Deus através dele. Outros o ouvem como se o próprio Deus estivesse falando por ele. E há ainda aqueles que têm na pessoa do pastor um empregado sujeito ao humor da comunidade.

Em meio a todas estas expectativas que surgem na comunidade, o pastor tem que viver em e com sua família. Outros podem cuidar da comunidade onde pastoreiam, mas ninguém pode cuidar de sua família, esta não pode ser esquecida. O pastor juntamente com seu papel de pai e esposo exprimir um testemunho de cristão também na sua família.

Isto exige do mesmo cuidados específicos com sua família. Tempo é uma das necessidades familiares. Eles querem e necessitam de um tempo para eles. Querem um pai e esposo presente em suas vidas, que convive, aprende e examine-se no interior de sua família. Manter o telefone sob controle, estabelecer dias de folga e cumpri-los, passar a noite com a família – em um contexto urbano isto é quase impossível - preparar auxiliares para compartilhar parte de suas tarefas pode ajudá-lo a obter mais tempo. Não se pode esquecer das férias que podem ser úteis a todos: pastor, família e a própria comunidade. Eugene Peterson[77] chega a afirmar a necessidade de que o pastor deveria ter um ano sabático.

Estar presente na família e na igreja exigirá dele uma distinção entre o urgente e o importante. Nem sempre o urgente da comunidade deverá impor-se sobre o importante da família. A esposa e os filhos necessitam de cuidados, muitos cuidados, assim como ele mesmo. Outra contribuição está no desafio em construir fronteiras, meios de proteção aos componentes da família. Alguns utilizam o seguinte pensamento: “o pastor aqui sou eu, e não minha esposa ou minha família”. A visão de impor certo grau de profissionalismo pode ser uma maneira menos traumática em definir as linhas fronteiriças entre a comunidade e sua família[78].

Ensinar a comunidade o que é ministério é uma forma inteligente e preventiva de evitar tensões e conflitos entre a mesma e a família. Para o pastor adotar a psicossistêmica[79] de cuidado, tendo em mente uma nova construção dos micros-sistemas até o a menor das estruturas, ou seja, o indivíduo poderá ser um desafio. Contudo pode se mostrar como uma alternativa na intervenção das relações. Será necessário um entendimento amplo que ultrapasse a visão dos envolvidos. 

 A expectativa da comunidade em relação à família deve ser a mesma que a comunidade espera de si mesma. A visão sistêmica justamente defende a relação do estar juntos com a família e a família, em um processo de cooperação mútua. Em uma Igreja Batista, não há – ou pelo menos não deveria haver – divisão dos clérigos com os leigos, todos são sacerdotes diante de Deus. Da mesma forma a perspectiva sistêmica define a interconexão entre todos numa relação de reciprocidade. Exigir mais da família pastoral batista é uma distorção da teologia batista e do equilíbrio[80] dos micro-sistemas. Para tanto as relações devem dialéticas a fim de evitar a instabilidade e consequentemente conflitos.

Quando um pastor se exime de ensinar estes princípios a sua comunidade está transferindo o problema para seu sucessor. Muitos pastores não possuem esta visão, pois naturalmente não se preocupam em zelar e prevenir cuidados para sua família e comunidade.

Merkh, concede a seguintes contribuições aos pastores no diálogo com suas esposas:[81]

a.       “Reconheça as dificuldades únicas que sua esposa enfrenta e mostra simpatia e compaixão quando necessário.
b.      Cultive sua amizade com sua esposa.
c.       Demonstre que você é um homem comprometido exclusivamente à sua esposa física, emocional e espiritualmente (I Tm 3:2).
d.      Envolva sua esposa em seu ministério, sem tirá-la de seu papel como esposa e mãe.
e.       Não permita que as expectativas da congregação ditem o papel de sua esposa no ministério.
f.       Encoraje sua esposa a participar de encontros, retiros, e congresso junto com você.
g.       Encoraje sua esposa a desenvolver uma amizade profunda com pelo menos uma pessoa da idade dela.
h.      Tire um dia de folga.
i.        Reserve pelo menos duas noites por semana em casa com sua família.
j.        Participe “da vida comum do lar” junto com sua esposa, envolvendo-se na disciplina, na instrução, e no divertimento junto com seus filhos.
k.      “Desligue-se” do seu serviço quando você está em casa”.
l.        Tire férias com a família.

Gomes diz que é mais fácil um Pastor ser criticado do que imitado[82]. Este é um grande desafio para aquele que vocacionado por Deus tem de lidar com estas ambigüidades.

Conclui-se este capítulo na expectativa em fornecer pistas que colaborem na construção de uma melhor relação primeiramente dentro da própria casa pastoral: entre o pastor e sua esposa juntamente com seus filhos. Em segundo, na relação que a família conjuntamente pode se relacionar sadiamente com a comunidade onde está inserida. O desafio é múltiplo: para o pastor, para a esposa, filhos e comunidade.
Conclusão
A confecção do primeiro capítulo baseou-se em fontes primárias, utilizando documentos da Igreja Batista. No segundo capítulo utilizou-se de fontes secundárias que tratavam de algumas formas de conflitos ligados ao ministério, basicamente outras monografias. No terceiro capítulo bases teóricas foram utilizadas na busca de construção de contribuições possíveis em serem aplicadas.

Quando foi proposta a pesquisa do tema dos conflitos e tensões na família pastoral: a partir da Igreja Batista, havia uma suspeita que não haveria muito material teórico que pudessem dar contribuições para reflexão da temática. Infelizmente esta suspeita foi comprovada. Há falta de material que trate de maneira objetiva os conflitos e as tensões na casa pastoral. Por outro lado, vimos que alguns discentes desta instituição têm pesquisas sobre temas relacionados à família do/a pastor/a.

Alguns, após a leitura desta monografia terão uma visão negativa do ministério pastoral no sentido da tensão existente sobre a família: esposa, filhos e filhas. As tensões existem em todas as famílias, e os conflitos também. O que difere uma experiência de outra, é a intensidade, e a duração que estes conflitos surgem ou perdurem até que sejam resolvidos ou interiorizados.

Infelizmente há uma forte tendência em ignorar as dificuldades que a família do/a pastor/a enfrenta. Difícil saber explicar porque o assunto não é claramente discutido na formação dos novos pastores, durante seus estudos. Pastores experientes não têm dado sua contribuição tanto aos pastores, as famílias e as comunidades.  A omissão contribui com a vergonha de muitos pastores em buscar ajuda e orientação que possa colaborar com a saúde das relações familiares e com a comunidade.

Apesar da problemática, o ministério mantém sua importância na vida desta humanidade. O pastor é um dos anunciadores da graça e do amor de Deus. Em momentos que o perdão seja necessário ou na voz profética de denúncia em relação à injustiça.

Como mencionado anteriormente, todas as famílias tem momentos, curtos ou longos de conflitos. Este trabalho procurou demonstrar algumas delas, citando diversos exemplos e forma de imposição de modelo da família do pastor. Percebe-se que a comunidade detém o poder através de meios materiais, como salários, benefícios, casas pastorais e outros meios. 

O equilíbrio é fundamental para o estabelecimento sadio relacionamento entre os membros da família pastoral. Não só diante da própria família, mas da comunidade, e também consigo mesmo. Este é um desafio para o pastor e para o desenvolvimento do ministério pastoral sem extremismos.

Claro que as ações geradoras de conflitos e tensões variam de comunidade a comunidade. De denominação a denominação, de região para região, e finalmente cada casal reage de forma diferente em relação a uma mesma situação. O desafio que o tema nos deixa levanta é: como os novos pastores e suas famílias sejam privados de passarem por situações de tensões e conflitos. E incentivar que tema como este esteja presente na preparação teóricas daqueles/as que desejam exercer o ministério pastoral.

[57] DE PAULA, Clodoaldo Antônio. Ministério Pastoral: Atribuições e Tensões na Atualidade. Monografia. São Bernardo do Campo, 1998. p. 12.
[58] COLLINS, Gary R. Aconselhamento Cristão. Trad. Neyd Siqueira. Edições Vida Nova: São Paulo, 1980. p. 146.
[59] SCHNEIDER-HARPPRECHT, Cristoph & STRECK, Valburga Schmied.. Imagens da Família: Dinâmica, Conflitos e Terapia do Processo Familiar. São Leopoldo: Sinodal, 1996. p. 149
[60] COLLINS, Gary R. Aconselhamento Cristão. Trad. Neyd Siqueira. Edições Vida Nova: São Paulo, 1980. p. 146.
[61] Idem, p. 159.
[62] STRECK, Valburga Schmiedt. Terapia Familiar e Aconselhamento Pastoral: Uma Experiência de Famílias de Baixos Recursos. São Leopoldo: Sinodal, 1999. p. 66
[63] SANTOS, Antônio Carlos. Vocação e Ministério Pastoral. Monografia. Local: São Bernardo do Campo, 1999. p. 39
[64] MERKH, Davi. O Ministro e Sua Família. IV Seminário da Associação Auxílio às Igrejas. Serra Negra. Curso Apostilado. p. 1
[65] BARRIENTOS, Alberto. Trabalho Pastoral: Princípios e alternativas. Trad. Kedma Campos Rix. 2ª. Ed. Editora United Press, 1999. p. 61
[66] SCHNEIDER-HARPPRECHT, Cristoph & STRECK, Valburga Schmied.. Imagens da Família: Dinâmica, Conflitos e Terapia do Processo Familiar. São Leopoldo: Sinodal, 1996. p. 148
[67] DE PAULA, Clodoaldo Antônio. Ministério Pastoral: Atribuições e Tensões na Atualidade. Monografia. São Bernardo do Campo, 1998. p. 56
[68] Idem, p. 53
[69] MERKH, Davi. O Ministro e Sua Família. IV Seminário da Associação Auxílio às Igrejas. Serra Negra. Curso Apostilado. p. 15
[70] GOMES, Elizabeth Stowell Charles. A Esposa. Jaú: Refúgio, Gráfica e Editora, 1979. p. 12-13
[71] GOMES, Elizabeth Stowell Charles. A Esposa. Jaú: Refúgio, Gráfica e Editora, 1979. p. 13
[72] SCHNEIDER-HARPPRECHT, Cristoph & STRECK, Valburga SchmiedImagens da Família: Dinâmica, Conflitos e Terapia do Processo Familiar. São Leopoldo: Sinodal, 1996. p. 148
[73] SCHNEIDER-HARPPRECHT, Cristoph & STRECK, Valburga SchmiedImagens da Família: Dinâmica, Conflitos e Terapia do Processo Familiar. São Leopoldo: Sinodal, 1996. p. 151
[74] Idem, p. 154
[75] Idem, p. 166
[76] LANDERS, John Monroe. Teologia dos Princípios Batistas. 3ª.Edição. Rio de Janeiro: JUERP, 1994. p. 98
[77] PETERSON, Eugene. O Pastor Contemplativo: voltando à arte do aconselhamento espiritual. Trad. Neyd Siqueira. Rio de Janeiro: Textus, 2002 p. 168-171
[78] STRECK, Valburga Schmiedt. Terapia Familiar e Aconselhamento Pastoral: Uma Experiência de Famílias de Baixos Recursos. São Leopoldo: Sinodal, 1999. p. 118
[79] Idem p. 118 O autor cita o conceito que Larry Kent Graham a partir da perspectiva de Carl G. Jung.
[80] STRECK, Valburga Schmiedt. Terapia Familiar e Aconselhamento Pastoral: Uma Experiência de Famílias de Baixos Recursos. São Leopoldo: Sinodal, 1999. p. 118
[81] MERKH, Davi. O Ministro e Sua Família. IV Seminário da Associação Auxílio às Igrejas. Serra Negra. Curso Apostilado. p. 15

[82] GOMES, Elizabeth Stowell Charles. A Esposa. Jaú: Refúgio, Gráfica e Editora, 1979. p. 12

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            2. Publicações periódicas.
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MATTOS, Alderi Souza. Pastoreia minhas ovelhas: O ministério cristão em perspectiva histórica. Revista Ultimato. Viçosa, Ano 37, n. 291, p. 46-49, nov/dez. 2004.
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             3. Bíblias.
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