O Corpo – José Comblin
Estevão da Silva Barros
O evangelho não distingue a
separação entre do ser, por exemplo: a alma e o corpo. O homem é homem na sua
totalidade, um só: corpo, alma, espírito, emoções e outras visões possíveis. A
filosofia grega faz esta distinção, e sobrepõe o valor do intelecto em relação
ao corpo. Este corpo forma uma unidade
na comunidade.
Jesus, na sua encarnação
assume o seu corpo e enfatiza um mistério que enfatiza o corpo através das
curas ministradas. O auge do cristianismo é a ressurreição do corpo. Enquanto
isto, a Igreja assume o papel de defensora do corpo contra os abusos cometidos
contra o corpo, contra o homem. A visão evangélica luta contra um dualismo: a
alma e o corpo numa luta filosófica: a uma unidade no homem?
A visão do corpo se expande
em vários caminhos. Cada um deles faz uma reflexão na questão do homem. Há a
visão de que o corpo procede do mal enquanto a alma é sempre boa, cria-se um
novo dualismo e por conseqüência a rejeição do corpo. Claro que esta visão
passou a ser uma realidade vivida dentro das comunidades e a única maneira de
manter o corpo era flagelando-o a fim de purifica-lo. Esta prática mudou, surge
a pergunta; a resposta: em parte. No mundo moderno também se estabelece um
dualismo: a ciência com seu idealismo e o materialismo, utiliza-se das diversas
ciências para estabelecer seu conceito, porém há algo que vem de encontro: a
consciência humana. Há uma distinção sobre o corpo que é visto e o corpo real,
que é sentido, que é, que sente, que tem uma consciência do eu, do existir. O
cérebro é um instrumento capaz de retirar o pecado do homem, porém, pouco
utilizado. A inconsciência é o resultado de milhões de anos acumulados no
indivíduo.
O conhecimento científico
não é isento de criar e viver distorções assim como a Bíblia vem na transmissão
de mitos (?) e ritos.
A própria sexualidade humana
só vem a ser percebida e tratada pouco tempo. Ignorada por muito tempo pela
ciência humana. Esta questão tem aberto uma visão clara que a sexualidade pode
ser a ferramenta que tem o poder de destruir a base da sociedade. Desde a
denominação da mulher ao pecado social surge a necessidade de estabelecer a
igualdade entre homens e mulheres, estas em sua luta para conseguir sua
liberdade e se manter nela. Jesus é padrão a ser atingido no tratar e no
relacionar-se humano. As conquistas passadas devem ser mantidas no presente, a
desigualdade está presente no pecado e dá origem a tantos outros males e
pecados sobre e para o homem. A Igreja Católica reproduziu esta desigualdade no
passado, e ao mesmo tempo trabalhou no sentido de defender a família estável.
Infelizmente, as ações contrárias à estrutura familiar têm conquistado terreno.
O homem não esta no
isolamento, mas nas relações entre outros indivíduos, numa constante
aproximação.
A vida e a morte estão
unidas. A corpo se apega a vida, a morte é a culminância da vida, uma ameaça à
vida. A morte relaciona com o pecado e
juntam tragam a vida, como ato conseqüente. Há várias formas de se matar o ser
humano: a miséria, a exclusão, a violência, etc.
A vida do homem vem então a
se distinguir da dos animais. A vida é um ato de fé, é estar com outros é
solidariedade em meio às tantas lutas e conflitos. Os benefícios e malefícios
são o resultado destas lutas. A competição, o individualismo em contraste as
comunidades. O homem é homem quando vivência tudo isto em seu viver.
A visão do corpo como um todo gera uma maior
expectativa no relacionar humano, não podemos cuidar de partes do homem, mas
sim em seu todo na defesa e no colocar o homem num lugar de plena comunhão, com
seu Criador, com ele mesmo e com outros. A igreja poderia ser este exemplo vivo
como mostra desta possibilidade.
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