Estevão da Silva Barros
Em
linhas gerais, Michael Young argumenta que não há contradição entre ideias
de democracia e justiça social e o compromisso da escola com a aquisição do
conhecimento.
Comentário:
A afirmação que o autor faz, em que “não é possível haver uma
teoria de currículo sem uma teoria do conhecimento” faz todo sentido, se deve
haver um currículo, este deve gerar, ao ser concluído, um produto, que denomina-se aqui de conhecimento. Penso que o currículo deve incluir o que fazer com o
conhecimento e não somente propor a aquisição do saber, mas desenvolver as
competências necessária para o uso e bom uso.
Apesar de o autor dizer que, sem as tradições positivas exista o
perigo do retorno tecnicista, penso que as atuais reformas na educação em nosso
país estão retornando a este conceito, afim de atender as “exigências” dos mercados,
cujo resultado não é exatamente de uma justiça social.
Ao defender a ideia dos papéis critico e normativo, penso que em
nós, pensadores, não podemos ser tomados por apenas um espectro para formar
posição. O equilíbrio entre os diferentes sempre terá como contribuir, e neste
caso, avaliar o currículo através de diversos olhares, sempre deverá haver uma
construção para ser avaliada. A visão normativa e as teorias críticas, de forma
conjunta contribuem para a reflexão.
Seja qual for a construção das teorias do currículo, passadas,
presentes ou futuras deve-se ter a premissa de que: “em capacitar as pessoas a adquirir conhecimento que as leve para além
da experiência pessoal”.
O currículo é uma construção da sociedade (se bem que não necessariamente
representada) para a própria sociedade (ouso dizer para atender uma pequena,
mas poderosa parte desta sociedade). Esta sociedade, em tempos, provocará
mudanças, implementadas ou não provocarão no futuro outras e novas mudanças.
Não alcançaremos um projeto final, perfeito e abrangente, as variáveis e a
sociedade são por demais complexas, não há padrão, o que surgem são momentos,
que muitas vezes, achamos que são eternos.
Entendo que, quando propomos ao sujeito a possibilidade dele
construir seu próprio conhecimento, desvinculando de uma “educação” bancária
estamos construindo um ser pensante, possuidor de conhecimentos, mesmo que
básico, porém capazes de gerar transformação no sujeito e em seu redor, o
resultado é a produção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Este sujeito em contato com outros podem através de trocas,
descontruir e construir as realidades numa constante descobertas de outros
conhecimentos que não alienam, mas que produzem reflexão e mudanças sociais que
levarão a mudanças das teorias do currículo. Deste forma não vejo contradição,
mas libertação através de transformação.
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