quinta-feira, 15 de março de 2018

Teoria do currículo: o que é e por que é importante. Michael Young


Estevão da Silva Barros 

Em linhas gerais, Michael Young argumenta que não há contradição entre ideias de democracia e justiça social e o compromisso da escola com a aquisição do conhecimento. 

Comentário:

A afirmação que o autor faz, em que “não é possível haver uma teoria de currículo sem uma teoria do conhecimento” faz todo sentido, se deve haver um currículo, este deve gerar, ao ser concluído, um produto, que denomina-se aqui de conhecimento. Penso que o currículo deve incluir o que fazer com o conhecimento e não somente propor a aquisição do saber, mas desenvolver as competências necessária para o uso e bom uso.
Apesar de o autor dizer que, sem as tradições positivas exista o perigo do retorno tecnicista, penso que as atuais reformas na educação em nosso país estão retornando a este conceito, afim de atender as “exigências” dos mercados, cujo resultado não é exatamente de uma justiça social.
Ao defender a ideia dos papéis critico e normativo, penso que em nós, pensadores, não podemos ser tomados por apenas um espectro para formar posição. O equilíbrio entre os diferentes sempre terá como contribuir, e neste caso, avaliar o currículo através de diversos olhares, sempre deverá haver uma construção para ser avaliada. A visão normativa e as teorias críticas, de forma conjunta contribuem para a reflexão.
Seja qual for a construção das teorias do currículo, passadas, presentes ou futuras deve-se ter a premissa de que: “em capacitar as pessoas a adquirir conhecimento que as leve para além da experiência pessoal”.
O currículo é uma construção da sociedade (se bem que não necessariamente representada) para a própria sociedade (ouso dizer para atender uma pequena, mas poderosa parte desta sociedade). Esta sociedade, em tempos, provocará mudanças, implementadas ou não provocarão no futuro outras e novas mudanças. Não alcançaremos um projeto final, perfeito e abrangente, as variáveis e a sociedade são por demais complexas, não há padrão, o que surgem são momentos, que muitas vezes, achamos que são eternos.
Entendo que, quando propomos ao sujeito a possibilidade dele construir seu próprio conhecimento, desvinculando de uma “educação” bancária estamos construindo um ser pensante, possuidor de conhecimentos, mesmo que básico, porém capazes de gerar transformação no sujeito e em seu redor, o resultado é a produção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Este sujeito em contato com outros podem através de trocas, descontruir e construir as realidades numa constante descobertas de outros conhecimentos que não alienam, mas que produzem reflexão e mudanças sociais que levarão a mudanças das teorias do currículo. Deste forma não vejo contradição, mas libertação através de transformação.

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