quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

História de Israel: da época da invasão do reino até Alexandre Magno (Resenha)

História de israel: da época da invasão do reino até Alexandre Magno (resenha)

DONNER, Herbert. História de Israel e dos povos vizinhos. Trad. Cláudio Molz e Hans Treine. 2a ed. Local: São Leopoldo: Sinodal; Petrópolis: Vozes, 1997. p. 273-535

Parte 4: Judá e Israel como membros do sistema siro-palestinense de pequenos estados

I - A decadência do reino de Davi e a dissolução da união pessoal entre Judá e Israel.
As condições históricas não eram favoráveis aos sucessores de Salomão, não muito tempo após sua morte o reino de Davi desintegrou. A partir de três fontes de informações: história novelística, dos anais dos governos e narrativas proféticas retrabalhados pela redação deuteronomista. Roboão assumiu o trono em Judá diferentemente do norte que não aceitava de pronto a dinastia de Davi. A manutenção da corvéia, mantida por Roboão foi o estopim para que Israel pusesse um fim nas relações com Judá. A esperança do sul em reunir-se novamente com o norte existia, mas Israel via-se livre para colocar um novo rei sobre eles, Jeroboão e tornou-se questão de tempo para outras regiões conquistassem sua independência dando nascimento aos estados siro-palestinenses, cabia agora que cada lado consolidasse sua existência.
Jeroboão I, filho de Nebate: o novo rei sobre Israel estabeleceu Siquém, na Samaria e Penuel na Transjordânia exercendo um reinado de forma ambulante. No campo religioso agiu de forma mais atuante construindo dois locais de culto, um em Dã e outro em Betel evitando que israelitas rumassem a Jerusalém para ali adorarem Javé. Construi um touro dourado como representação de Javé. Dã fracassou mas Betel consegui atingir seus propósitos de local de adoração. Jeroboão estabeleceu sacerdotes próprios que não eram da linhagem de Levi, trazendo sobre si a ira dos deuteronomistas e o fracasso em sua política de culto a Javé.
Roboão: enfrentou os problemas de política externa, permanecendo em Jerusalém. Fez guerra contra Israel para melhorar os espaços da capital e construindo fortificações. Na região era provável que os filisteus tivessem conquistado sua independência em relação a Judá. No ano de 922 o faraó Shoshenk invade a Palestina contudo sem trazer prejuízos a Judá.  
    
II – O Reino de Judá até o rei Azarias
O material existente neste período se reduz aos extratos dos historiógrafos e dos redatores deuteronomistas dos anais dos reis de Judá. Os acontecimentos envolviam os dois estados direta ou indiretamente. A necessidade de Judá em fortalecer suas divisas junto a Israel que foi conseguido com o rei Asa numa terrível guerra em que o rei Baasa levou a melhor,  Asa comprou o apoio do rei arameu Ben-Hadade, este invadiu Israel ao norte fazendo Baasa retornar da batalha contra o sul. Com o caminho livre Asa estabeleceu a divisa no desfiladeiro Wadi Djilyan e criando fortificações em Mispa e Geba. Asa afastou sua mãe Maaca do cargo de rainha-mãe. Sob Asa e seus sucessores houve um longo período de paz junto a Israel. Tal proposta parte de Israel sob a dinastia Onri que mais além de ajuda mútua leva uma relação de casamento entre a família de Acabe e se une a de Jeorão. Josafá numa tentativa frustrada tenta reativar a navegação comercial. Sob o governo de Jeorão os edomitas conquistam sua independência em relação a Judá. O fim da aliança se dá com a morte dos dois reis: Jorão de Israel e Acazias de Judá por Jeú, oficial de Israel. Quando a notícia chega em Jerusalém, Atalia rainha-mãe, não hesita em tomar o governo e exterminar todos os varões descendentes de Davi. Jeoseba consegue esconder o príncipe Joás, então com um ano. Após alguns anos Joiada promove um contra golpe destituindo Atalia e a matando. Joás assume o reino com aproximadamente sete anos. Joás promoveu uma restauração do templo e de como lançou mão do tesouro do templo e do palácio para comprar sua liberdade. Joás foi vítima de uma revolta palaciana tendo sido morto por dois serviçais. Amazias, seu filho, o sucedeu e executou os assassinos do pai. Amazias lutou contra Jeoás, neto de Jeú onde foi derrotado, preso e depois solto. Nesta guerra parte dos muros foram derribados e tesouros do palácio e do templo saqueados sem grande prejuízo para Judá, por fim Amazias foi morto e Azarias então com dezesseis anos assume o trono, contemporâneo de Jeroboão II, de Israel onde se deu o apogeu do norte e a paz e prosperidade do sul. Azarias ou Uzias edificou a fortaleza de Elate e feito conquistas em sua luta contra os filisteus, tornando Amom tributária, no campo interno a fortificação de Jerusalém, colonização e agricultura do sul e o fortalecimento do exército.     

III – O Reino de Israel até o rei Jeroboão II
            A fonte principal de informações parte dos deuteronomistas em diversas obras.  O reino do norte teve maior dificuldades: na geografia era cobiçado por diversas nações por seus caminhos estratégicos exigindo que seus governantes mantivessem uma liderança firme, unitária e continuada, o que não aconteceu em alguns momentos chegando a enfrentar revoltas e usurpações internas. Porém, não faltaram iniciativas de se estabelecer dinastias. Jeroboão I preparou seu filho Nadabe que numa iniciativa marchou contra os filisteus, porém, foi morto por Baasa de Issacar. As lutas com os filisteus continuariam. Com Baasa no trono exterminou todos os masculinos da família de Jeroboão, tornando-se um prática dos usurpadores, embora nem sempre tenham conseguido fazê-lo. Baasa reinou 23 anos e Elá, seu filho, reinou em seu lugar e foi morto por Zinri que também destrui a família de Baasa. O exército não aceitou estas revoltas e estabeleceu um novo governante, Onri que tratou de matar a Inri. Surge um outro pretendente ao trono, Tibni que acaba desaparecendo e Onri após quatro anos se impõe sobre Israel e estabelece uma dinastia.
Israel sob a dinastia de Onri: O reinado de Onri e Acabe exigiam prudência e diplomacia, tanto na política externa: com o crescimento da ameaça assíria  que por diversas vezes tentou contra as dinastias da síria levando-as a formar coalizões para reprimir os avanços assírios para tentar entre outros tomar o corredor siro-palestinense. Assurnasirpal II foi o primeiro a impor tributos a pequenos principados, depois com Salmaneser III as lutas tornaram-se mais freqüentes e sangrentas. Com a subida ao trono de Hazael em Damasco a coalizão foi rompida cabendo a este a lutar com os assírios. No campo interno os esforços também foram grandes. A decisão de se estabelecer uma política dualista, uma voltada para os cananeus com sede em Samaria e outro voltada para os israelitas com sede em Jezreel, isto traz a lembrança de que os cananeus ainda viviam em Israel habitando em cidades com cultura e costumes próprios. A compra da terra por 60 quilos de prata onde se erigiu a cidade-estado de Samaria foi o início de grandes investimentos e grandes construções, inclusive de um templo a Baal. Onri estabeleceu estrito relacionamento com os centros comerciais fenícios por razões econômicas e político-comercial abrindo caminho a exportações pelo Mediterrâneo. Esta política trouxe a união do rei Acabe com a princesa Jezabel, filha do rei sidônio. Esta estabeleceu um forte marca de adoração a Baal, trazendo uma forte reação de Israel a este comprometimento da casa real com Baal. A figura central desta reação foi o profeta Elias. Jezabel exerceu uma forte influência sobre seus filhos como também no fortalecimento do caneneísmo no país através da perseguição e morte dos profetas e destruição dos altares de Javé, sem contar com a indecisão do povo Com os sucessores de Acabe, Acazias e depois Jorão, o povo levantou um luta política trazendo a destruição de toda dinastia de Onri, Jeú foi o instrumento utilizado para por fim àquela situação.
Israel sob a dinastia de Jeú: o novo rei, Jeú era oficial do exército de Israel. Ungido pelo profeta Eliseu, teve o apoio de seus pares. Levou a morte de forma sangrenta a toda casa de Onri. Tanto Jorão, rei de Israel como Acazias, rei de Judá foram mortos. Quando da entrada em Jezreel, Jezabel foi ao seu encontro a fim de afrontá-lo encontrado ali sua morte. Agora Jeú era de fato o rei sobre Israel. Jeú manteve com Samaria uma correspondência de ameaças. Samaria se rendeu, trazendo ao novo rei as cabeças decepadas dos homens da casa real. Jeú trouxe grande derramamento de sangue em sua revolta que aos seus olhas era fundamentada na religião. Exterminou os adoradores de Baal que estavam em Samaria, substituiu o regime dualista por um unitário por meio da violência. A mudança de governo trouxe também uma mudança da relação com outros povos, desfez alianças e pagou tributo ao assírio Salmaneser III. Jeú teve paz por alguns anos o que após a investidas dos assírios terem acabado. Hazael investiu contra Israel, perdendo grande parte do território. O reino do norte estava desfacelado, havendo grandes perdas. A guerra permaneceu por muitos anos, levantou contra Israel outros inimigos: os filisteus, os moabitas e os amonitas. Os profetas Amós e Isaías relatam dos acontecimentos. Jeroboão II, o último rei da dinastia viu o reflorescimento de Israel, graças a queda da Síria provocada pelo poder assírio trazendo o peso do tributos sobre muitos povos inclusive Israel. Além de ter conseguido recuperar parte das terras perdidas manteve paz com outras nações e internamente houve uma prosperidade econômica, em contra partida houve um desequilíbrio social criando os ricos e os pobres.       
    
Parte 5: O período assírio

I – Povos e estados do Oriente Antigo na 1ª. metade do 1º. milênio AC até o fim do império neo-assírio
Aproximadamente em 1200 a.C. o Egito estava em decadência como estado, distúrbios alternados com períodos de certa calma acometeram o povo. Aconteceram várias disputas pelo controle da nação, chegando inclusive a estrangeiros ocuparem os maiores cargos na direção do povo. O conjunto do reino estava dividido em Alto, Médio e Baixo Egito e os centros de poder vinham de Tebas, Tanis e as vezes Mênfis. Várias dinastias vieram e foram sem mudar o aspecto da importância da nação que nada significava no exterior. De outro lado, a Mesopotâmia viu surgir um grande império: O Assírio, tornando-se a potência dominante, o que aconteceu passo a passo, com uma estrutura de poder sem igual que selou o destino do Oriente Próximo durante séculos. Iniciando em 1117 a.C. com reis que levaram adiante campanhas de expansão tomando posse da herança do império hitita, levando a Assíria a sair do isolamento e desempenhar o papel de potência líder. Com combates freqüentes contra os estados arameus a Assíria tentava impor a vassalagem, o que começou a se estabelecer de fato a partir de 912 a.C. A formação de um exército permanente de grande força e crueldade tornaram os assírios temidos pelos povos do oriente. O modelo de conquista se baseava num primeiro momento tornar o estado conquistado num vassalo e depois anexá-la como província. Em 884 a.C. Assurnasipal II, um guerreiro de prudência e tenaz deu um novo alento as conquistas visando o Mar Mediterrâneo. A criação de um cinturão de estados vassalos traziam preocupação ao império. As guerra sucessivas com Damasco exauriram as forças da Assíria. Com Salmaneser III através de 27 campanhas conseguiu controlar a inquietação dos vassalos. A relação entre Damasco e Assíria foi muita próxima em alguns momentos pela igualdade cultural dos ambos povos. Em 745 a.C. com Tiglate-Pileser III deu-se a reforma administrativa das grandes províncias em menores estruturas, tirando o poder dos governadores, no tratamento com outros estados estabeleceu uma nova maneira de tratamento: primeiro, tornar os estados conquistados em vassalos, segundo quando houvesse conspiração haveria uma intervenção militar e a substituição do reinante por outro “mais” fiel e a diminuição do território, anexando partes do mesmo e num terceiro momento o estado era anexado, destruindo e substituindo os povos através de assentamentos e eliminação da dinastia presente. Por questões políticas e comerciais procurou manter um relacionamento mais amigável com Damasco; a não agressão direta aos comerciantes fenícios. O ápice da conquista assíria se deu com a conquista do Egito a partir de 681 a.C. O fim do império Assírio durou até 655 a.C. deixando de se tornar ofensivo e começando uma lenta desintegração com perda de territórios abrindo espaços para novas potências. 

II – A guerra siro-efraimita e o fim do Reino de Israel
A dinastia fundada por Jeú chegou rapidamente ao fim, após uma luta pelo poder Menaém assume o trono e Israel vive uma calma por quase dez anos. O império neo-assírio sob Tiglater-Pileser III tornou-se de fator de poder que o corredor siro-palestinense em breve sentiria, no entanto Tiglater-Pileser III ocupou-se com o norte e o leste do império, mas em 743 a.C. marcha no sentido da Síria Setentrional e em 738 a.C. ruma a Síria Central destroçando uma coalizão antiassíria trazendo temor aos povos da região levando-as a pagar tributos. Damasco e Israel continuaram no primeiro estágio da vassalagem. Israel, para cumprir com seus compromissos junto a Assíria, taxou os proprietários da terra em 50 siclos cada um. Nos quatros anos seguintes houve paz na região, em 734 a.C. as coisas mudaram: havendo uma ação militar na região de Gaza para garantir o fluxo do exército para o sul. Esta campanha aconteceu bem próxima a Judá dando a Acaz uma mostra do poder da Assíria. Naquele mesmo ano, os estados de Damasco e Israel trabalharam no sentido de formar uma coalizão antiassíria  e tentaram envolver o rei Acaz que resistiu a proposta. Os profetas Isaías e Oséias relatam o fato em seus escritos. Com a negativa de Acaz, Israel e Damasco levaram seus exércitos contra Jerusalém a fim de derrubar Acaz do poder e colocar em seu lugar um outro governante que fosse a favor da coalizão. Acaz temendo as forças que vinham contra ele decide não dar ouvidos as palavras de Jeremias e envia uma contribuição a Tiglate-Pileser III solicitando sua ajuda o que foi de pronto atendido. Os exércitos assírios colocaram em marcha contra Damasco que resistiu por uma período longo de tempo, mas Israel caiu brevemente. Damasco se tornou província assíria diminuindo seu território. Israel também teve seu território diminuído, aconteceu a deportação da classe alta urbana, a troca do rei por um outro. O fim da guerra siro-efraimita se dá com a ocupação de Damasco em 732 a.C. A situação a partir de então é de tranqüilidade na região até o ano 724 a.C.  quando Oséias decide romper sua fidelidade junto a Assíria e começa fazer contatos com o Egito a fim de estabelecer uma força que vença os assírios. A ação foi desastrosa, um erro político de grandes conseqüências para Efraim, pois ela não tinha a menor chance de vencer qualquer disputa. Salmaneser V capturou o rei Oséias e a capital Samaria caiu após três anos de cerco. O estado de Efraim foi transformado em província, a classe alta foi transportada para a Mesopotâmia e a Média e uma nova elite trazida da Babilônia e da Síria Central. O número de deportados foi próximo de 27.280 pessoas que nunca mais retornaram a sua terra. A mistura religiosa dos deuses dos novos moradores e de outros que vieram posteriormente com os adoradores de Javé, modificaram a composição da população tendo como resultado um povo chamado samaritanos que não mais tinham a ver com Jerusalém. Judá que saiu beneficiada desta situação.      
 
III – O Reino de Judá sob a supremacia dos assírios
            A mudança de trono entre Salmaneser V para Sargom II foi através de um golpe de estado possivelmente apoiada por um partido revoltoso com as perdas dos privilégios perdidos durante os últimos dois reinados. Enquanto Salmaneser teria sido morto violentamente, Sargom II tinha que contentar aqueles que patrocinaram a revolta. Nos seus primeiros anos exigiram grande superação do governante. Tais acontecimentos chamaram atenção dos estados vassalos trazendo uma onde de revoltas contra a assíria. Isaías foi contrário a adesão de Judá, por fim Jerusalém permaneceu neutra, o rei Ezequias manteve-se cauteloso e evitou envolver-se nos levantes. Em 720 a.C. Sargom II começou a estabelecer a ordem modificando o “status” de vários estados onde até o Egito levou tributos a Sargom II. Por alguns anos este foi o papel de Sargom II, abafando e controlando os estados conquistados. A revolta na planície costeira filistéia foi controlada sem uma ação militar através da troca do governante, já em 711 a.C. a ação militar foi inevitável e a região passou por todo processo de reforma a região. Judá foi poupada da ira assíria por não ter participado do levante. No período subsequente Sargom II dedicou-se a pacificar a Babilônia. Com a morte de Sargom II seu filho Senaqueribe (705-681) houve novas inquietações no sudoeste do império. Ezequias, rei de Judá adota uma política antiassíria, talvez encorajado pela troca do trono. Diversos estados se revoltaram em 705 ou 704 a.C. suspendendo os pagamentos e se unindo aos egípcios. O profeta Isaías se levanta contra a rebelião, mas o empreendimento estava preparado e foi colocado em prática num momento oportuno. Somente no ano 701 a.C.  após ter colocado suas fronteiras em segurança avançou difundindo terror por onde passava. Um a um os estados iam cedendo ao poder as Assíria e num dos embates as tropas egípcias caíram diante dos assírios. Senaqueribe se volta contra Judá conquistando diversas cidades fortificadas e formando ao redor de Jerusalém um sítio. Judá não consegui impor uma resistência a altura das tropas assírias, Ezequias viu-se completamente isolado em Jerusalém. Senaqueribe isolou o território de Jerusalém do restante de Judá dando aos filisteus fiéis a Assur. O antigo reino de Judá fundado em Hebrom pelos anciãos e por Davi havido deixado de existir como medida político-territorial de Senaqueribe, Ezequias estava restrito à cidade estado de Jerusalém num segundo estágio de vassalagem. Em 701 a.C. por via administrativa foi restabelecido o território. Até a Segunda metade do século 7 o sul da Palestina teve paz. Poucas informações surgem sobre o restante, como a vitória de Ezequias sobre os filisteus até Gaza; o crescimento e modificação que ouve em Jerusalém. A política de Manassés permaneceu fiel a Assur apesar de ter sido levado acorrentado para a Babilônia e depois solto.  No fim após um breve reinado de Amon, Josias, então com oito anos assume o trono em Jerusalém.

IV – A crise assíria da religião israelita
            A soberania assíria trouxe a influência de cultos e objetos de culto sobre a religião israelita e por conseguinte uma crise religiosa se estabelece. A questão é essencial na política e reforma realizada pelo rei Josias. Os assírios em alguns momentos exigiam a instalação de seu culto nas regiões subjugadas. Acaz após visita a Damasco manda um esboço de um novo altar a Jerusalém para que fosse construído antes de seu retorno, o novo iria substituir o antigo e seria utilizado no culto a Javé. A reforma cúltica promovida pelo rei Ezequias fez por destruir os altos, os postes sagrados e a serpente de bronze que Moisés fizera. É fato que Ezequias ao suspender a fidelidade a Assíria aproveitou para eliminar os símbolos cultuais assírios que haviam sido inseridos na cultura judaica. Tais objetos se tornam referências da religiosidade cananéia e ao culto cananeizado a Javé. O deuteronomista talvez tenha medido Ezequias por Josias transformando-o numa espécie de pré-reformador. Ezequias interveio nas questões religiosas de Jerusalém de modo purificador. O afluxo de objetos de culto assírio a Jerusalém e a Judá deve ter ocorrido no 7 séc. a.C. desde o ano 701, os de Davi se encontravam  numa deprimente relação de dependência com os assírios, as mudanças físicas realizadas por Senaqueribe teve o objetivo de manter os reis vassalos em seu devido lugar, num grande número de tributários encontra-se também Manassés, época em que surgiu os cultos assírios e ao longo dos seus 55 anos de governo. A instituição de cultos assírios oficiais e semi-oficiais em Jerusalém e em Judá serviam como um sinal de lealdade para com Assur. Na área sagrada de Javé em Jerusalém continham instalações cúlticas destinadas a Baal, a Axerá e a todo exército celestial, no caso de Baal tinha-se em mente o culto aos ídolos e o paganismo. O exército celestial era destinado os altares em ambos átrios do templo, eram as designações das divindades celestes e astrais assírio-babilônicas, deve-se considerar que cada vez mais a religião assíria se tornava uma religião astral. Não era de se admirar que tais concepções adentrassem em Jerusalém, onde era oferecido incenso as divindades astrais. Cavalos e carros eram também atributos de deuses assírios e babilônicos e utensílios de culto. As figuras dos altos assinalavam esta influência. Os davididas promoviam ou toleravam a entrada deste tipo de culto. Sofonias se levanta contra esta tolerância dos habitantes de Jerusalém. O profeta os acusa de se terem aberto a costumes estrangeiros adotando outros costumes. O problema de manter no templo de Javé elemento estranhos gera a crise. A convivência com estes elementos foram fundamentais para afastar o povo de Javé. A ligação das divindades estrangeiras com a natureza foi fundamental para sua recepção trazendo uma proximidade com as divindades cananéias da natureza e da vegetação sofrendo uma promoção e um reavivamento gerada da crise assíria, estimulando seu crescimento e a supressão da religião de Javé.      

V – O acaso do império neo-assírio e a reforma do rei Josias
            Depois da morte de Assurbanipal em 630 a.C. o império assírio encontra seu fim de maneira rápida e irreversível. Suas forças estavam esgotadas, a moral se fora, o império estava exaurido e dilacerado gerando diversos conflitos. Os medos do planalto iraniano avançavam e a Babilônia se fortalecia cada vez. O filho de Assurbanipal apesar do apoio do exército reinou pouco tempo dando lugar a um outro descendente do rei. Em 627 a.C. a Babilônia enfrenta as forças assírias e as derrota oferendo a Nabopoplassar o reinado. O Egito e os citas vem em socorro a Assíria, mas em vão, o Egito com sua antiga pretensão de posse do corredor siro-palestinense quis usar  a Assíria como um estado tampão contra os medos e babilônicos. Em 612 a.C. Nínive cai após um sítio de três meses, sendo este um golpe fatal para o império neo-assírio. Diante de queda não poderia passar em branco a admiração das grandes realizações em erguer, organizar, dominar e manter por tanto tempo um complexo imperial que o Oriente não conhecia até então. Quase nada mudou nos estados-vassalos, a dura dominação havia quebrado a vontade de resistir ponto de não se ouvir de uma política antiassíra no corredor siro-palestinense. O único rei-vassalo que percebeu a decadência do poder assírio foi o rei Josias tido por muitos como a corporificação das vivas esperanças na história do povo de Israel. O rei da reforma josiânica, desencadeada pelo surgimento do Deuteronômio, os motivos reformadores da política e da religião se tornaram indissolúveis. Com Josias termina a história dos grandes reis de Israel nas grandezas e tragédias nela inseridas. Josias assumiu o reinado aos 8 anos de idade. A reforma foi desencadeada pelo achado “livro da lei” no templo de Javé em Jerusalém. As medidas tomadas tinham o objetivo de eliminar tudo o que fosse religião estranha, não israelita, não javista ou em outras palavras uma volta as origens, tinha também uma concepção de política global onde tal pureza era apenas um aspecto entre outros. As mudanças atingiram: a área do templo: a eliminação de todos os elementos cúlticos assírios. Na área urbana, nos arredores de Jerusalém e nas cidades de Judá: a destruição de todos os locais de culto. Numa só palavra, eliminou todos os motivos da crise religiosa e por tabela disse um não a política de expansão e dominação da Assíria. Não é registrado se em algum momento deixou de pagar tributos ou participou de alguma aliança anti-assíria, talvez nem tenha sido necessário, a vassalagem só existia no papel. Josias foi além Judá para destruir o santuário erigido por Jeroboão em Betel e os “santuários dos altos” e exterminar seus sacerdotes em pleno território de Samaria. Josias deve ter aproveitado o vazio da Assíria para anexar territórios, tomou a Samaria e em toda vida prosseguiu em anexar o que podia. Com estas conquistas Josias adentrou nos antigos territórios de Israel o que não acontecia há mais de três séculos, talvez numa tentativa de restabelecer a situação vigentes da época de Davi e Salomão, numa política de restauração: tornar realidade o extinto reino de Davi, porém o fracasso veio não por falta de energia mas por condições diferentes entre a realidade e o ideal. Ouve uma mudança nos campos onde Josias destruiu todos os altos erigidos a Javé trazendo todos os sacerdotes espalhados por Judá a Jerusalém, trazendo a secularização do campo e a centralização do culto a Javé em Jerusalém. Agora a pureza do culto somava-se a unidade de culto. O fato de que o poder político não necessitar mais da concordância dos homens de Judá tenha facilitado as reformas de Josias. A unidade trazida por Josias confronta com a tradição da religião de Israel formada ao longo de muitos anos tanto em Judá como também em todo Israel. Os sacerdotes dos altos em Samaria foram mortos e não enviados a Jerusalém. Achado pelo sacerdote Hilquias o “livro” foi entregue ao chanceler Safã indo ao conhecimento do rei que consternado vai em busca de uma profetisa chamada Hulda. Após haver compreendido que o livro continha a vontade de Javé tomou a decisão de colocar em prática as disposições do livro. O povo foi convocado e no templo o livro foi lido tendo estabelecido uma aliança com Javé que tais escritos seriam vividos pela nação. O livro para muitos era uma forma primitiva do Deuteronômio. Alguns efeitos do livro foram a fórmula: de todo o coração e de toda a alma; a festa da Páscoa. O livro era muito antigo: “já nossos pais” não haviam seguido e as ameaças contidas no mesmo. Josias reconheceu de pronto as dificuldades e os perigos da concretização das reformas e antecipando aos problemas foi resolvendo as questões a seu modo como no caso dos sacerdotes trazidos de outras regiões de Judá. A pergunta sobre onde e quem deu origem ao livro de Deuteronômio permanece sem resposta com outras perguntas a ele relacionadas, mas o fato de que o livro devia ser obedecido e continha a vontade de Javé já era convincente para o rei e seus contemporâneos. A Assíria ainda nesta época dava alguns sinais de vida através de algumas tropas espalhadas que atormentavam algumas regiões. O faraó Neco II decidi continuar a auxiliar o que resta da Assíria e vai ao encontro de tropas babilônicas e dos medos. Josias totalmente contra qualquer coisa que trouxesse a Assíria de volta, decidi marchar contra faraó e suas forças afim de atrapalhar seus planos. Não se sabe ao certo de como o rei Josias cai nas mãos do faraó que o mata sem ter havido um combate de fato entre as forças. Apesar de sua morte, as reformas promovidas por Josias, com a inspiração do Deuteronômio e a elevação de Jerusalém com santuário central, trouxeram mudanças imprevisíveis para a história futura de Israel, do judaísmo, do cristianismo e do islamismo, da religião e dos pensamentos de todo o oriente e do ocidente.         

Parte 6: O período Babilônico

I – Povos e estados do oriente Antigo até a ascensão dos persas
Entre o ocaso do império neo-assírio (630-612 a.C.) e a conquista de Babilônia pelo rei Ciro II (539 a.C.) é designado como o período babilônico. O império neobabilônico, sob a dinastia dos caldeus assumiu a liderança da Assíria em amplas partes deixando outros povos a um segundo plano, a influencia cultural que irradiava de Babilônia dava o seu esplendor. As de segundo plano estavam o Egito, que nesta época gozava de sua última grande dinastia, a 26ª.  A partir de agora acrescenta-se historiadores como Heródoto e Flávio Josefo. Em 655 a.C. o Egito rompe a vassalagem com a Assíria e se dá a consolidação da unidade do império egípcio. Neco II dando prosseguimento ao apoio a Assíria toma posse do corredor siro-palestinense terminando em 605 a.C. quando da vitória de Nabucodonozor em Carquemis e em outras regiões do Egito. Num período longo de tempo o trono mudou de dono por diversas vezes ascendendo comercialmente e mantendo relações com outros povos, principalmente os gregos. Na Segunda metade do século 7 acontecia o ocaso da Assíria e a ascensão da Babilônia caldéia. Os caldeus faziam parte de um forte grupo de arameus na Babilônia Meridional junto ao Golfo Pérsico. Nabopolassar, fundador da dinastia caldéia, colocou os fundamentos do futuro império, um grande diplomata e nem sempre um guerreiro. Expandiu as fronteiras e combateu os egípcios para controlar o corredor siro-palestinense, internamente deu valor a grandes construções e seguiu o modelo assírio de administração. Nabucodonozor deu fim ao domínio egípcio no corredor combatendo a Neco. Sob Nabucodonozor estabeleceu diversas batalhas contra vários povos, lutas, sítios, investidas e grandes construções realizou. Com a morte de Nabucodonozor II (562 a.C.) começa o ocaso do império pelo enfraquecimento da dinastia, os sucessores não estavam a altura. Com lutas internas e insatisfação e rebelião dos sacerdotes não conseguindo dar o equilíbrio necessário, quando morreu seu sucessor foi morto. Não havia mais nada a fazer pelo império que chegava ao fim. Os persas viviam na dependência dos medos. Ciro II emancipou-se dos medos e em 550 a.C. venceu os medos pondo fim ao seu poderio. Na Ásia Menor volta o Império lídio que se tornava um inimigo potencial as pretensões persas. Após colocar a Babilônia numa posição de controle através de Nabonid. Este controlava seu reinado mas deixava a capital só, com o tempo colocou seu filho Belsazar para representá-lo. O resultado foi uma tragédia pois trouxe contra si a fúria dos sacerdotes de Marduque e levou uma política religiosa ao extremo. Começou a haver uma propaganda pró-persa, Ciro seria um libertador, assim pensavam também os judeus exilados na Babilônia. Em 540 a.C. Nabonid resolve voltar, mas era tarde. Em 539 a.C. os persas conquistam a Babilônia e o Oriente Próximo entra no período persa.

II – O ocaso do Reino de Judá       
            Depois da morte de Josias em 609 a.C., a aristocracia rural de Judá faz de seu filho mais novo Jeoacaz, rei. Ele havia feito uma promessa de que daria prosseguimento as reformas que seu pai estabelecera. Tudo iam bem até que o faraó Neco II volta de suas batalhas e acampa em Ribla. Disposto a colocar ordem no corredor siro-palestinense, surge a dúvida se ele chama a  Jeoacaz ou se este se apresenta voluntariamente a fim de lhe prestar solidariedade não imaginando o pior. Quando chegou, foi imediatamente preso e levado ao Egito. Em Judá as pessoas perderam as esperanças de que as reforma fossem levadas adiante. Neco II estabeleceu a Eliaquim como rei-vassalo, mudou seu nome para Jeoaquim para dar uma mostra visível de sua soberania. Jeoaquim tinha de levantar a grande soma de 3.420 kg de prata e 342 kg de ouro e levar ao Egito. As terras que Josias havia conquistado foram retiradas pelo faraó voltando aos limites da era pré-josiânico. Com a batalha perdida em 605 a.C. o corredor passa a ser domínio do babilônicos. Jeoaquim permaneceu vassalo babilônico durante três anos, o que depois passou a pensar em rompimento com prováveis insinuações da parte do Egito com suas antigas pretensões sobre o corredor. A demora da babilônica ao fato talvez se deva ao fato da Babilônia ainda estava aprendendo a lidar com os territórios. O rompimento de Jeoaquim com a Babilônia deve ter ocorrido em 602 a 600 a.C. quando da derrota de Nabucodonozor diante do Egito. Babilônia não pode a principio voltar todas as forças em direção a Jerusalém senão através de pequenos empreendimentos. Em 598 a.C. tropas babilônicas vieram a Jerusalém e sitiaram a cidade, Jeoaquim provavelmente morrera durante o cerco. Seu filho Joaquim abriu as portas da cidade pensando em aplacar a ira babilônica o que não aconteceu e transformou a cidade-estado de Jerusalém no segundo estágio da vassalagem, sem antes saquear a cidade e o templo de Javé levando as preciosidades. Joaquim, tratado brandamente, foi levado para o exílio junto com a classe alta da nobreza e outros do povo. Entre os exilados se encontrava o profeta Ezequiel. Eles foram levados a Babel, permanecendo juntos, guardando suas particularidades como povo judeu e pensando num breve retorno. Javé usou Jeremias para aconselhar o povo, dizendo que o exílio iria se prolongar por muitos anos.  Em 562 a.C. o rei Joaquim foi reabilitado, isto foi encarado como um raio de luz e uma esperança no futuro no agir de Javé em relação ao seu povo. Após o cerco, Nabucodonozor deve ter separado o Negueve e o entregue ao edomitas, no lugar de Joaquim ficou seu tio Matanias e teve seu nome mudado para Zedequias. Este recebeu uma tarefa amarga, visto que a cidade estava destruída e o melhor da população fora levada cativa, além de não contar com o apoio dos que foram e dos que ficaram na terra. Chegou a ser comparado por Jeremias como figos tão ruins que não se pode comer. O estado vegetava numa opressiva vassalagem. Na formação de um novo governo não haviam pessoas de gabarito, que utilizavam uma má influência sobre o rei. Apesar dos conselhos de Jeremias, Zedequias continuou no seu erro, não havia forças nele para ir contra as resistências. Em relação aos cultos volta a crise assíria da época de Manassés. Zedequias decide se tornar independente de Babilônia através de maus conselhos. O exército babilônico aparece novamente e depois de um ano e meio de cerco tomam a cidade. Zedequias tenta fugir mas é preso. Seus filhos são mortos assim como os membros da corte. Ele perdeu os seus olhos e foi levado preso. Novos saques, destruição e outra leva de exilados e várias execuções. Jerusalém não foi organizada em província babilônica mas talvez tenha sido anexada a província de Samaria. Gedalias foi colocado como administrador, mas não muito tempo depois foi morto por rebeldes. Estes mais o povo fugiram para o Egito apesar das palavras de Jeremias irem contra tal idéia. Com isto o reino do Sul deixa de existir, o que sobra são somente esperanças.       

III – O exílio Babilônico
            Após o ocaso do reino de Judá e da destruição de Jerusalém vem a era da dispersão, da diáspora. O povo de Israel vivia fora de sua pátria entre outros povos. Os que ficaram a princípio na Palestina não eram poucos, a maioria eram trabalhadores rurais. Grandes grupos migraram para o Egito dissolvendo-se entre o povo egípcio. A importância dessa região de diáspora para a história de judaísmo pós-exílico deve ser considerada. Entretanto a elite fora levada a Babilônia, os exilados.
Babilônia:  Ao contrário de se achar que a vida no exílio era impraticável e cruel, os maiores sofrimentos dos exilados era interior. A qualidade de vida era de um conforto razoável. Eram súditos e não escravos. Tinham liberdade de ir e vir, construir, cultivar, praticar o comercio, levar uma vida normal, se auto administravam, e aparentemente não eram obrigados à corvéia. Um dos objetivos da Assíria era que os deportados fossem absorvidos por outros povos. Os Babilônicos não tinham esta pretensão. Os exilados mantinham colônias, permanecendo juntos. Para eles era um país estranho e impuro, não podiam se sentir em casa e o culto a Javé era impraticável, pois era permitido apenas em Jerusalém, o que não saia da lembrança, com o passar do tempo e das gerações teve início um culto sinagogal. Duas atitudes religiosas se fizeram presentes como uma aliança com Javé: o descanso no Sábado e a circuncisão. O exílio para eles era o castigo de Javé e compreendiam o exílio não como um fim, mas um início. Ezequiel anunciou o restabelecimento da unidade de Israel e o Dêutero-Isaías anuncia a libertação dos exilados e o retorno para a Palestina.
Palestina:  Pouco se sabe sobe a situação da região. A guerra havia sugado o país e a vida tinha se tornado ainda mais dura. Não havia lideranças e viviam na dependência econômica. Tinham o peso da corvéia e não tinham proteção dos ataques dos inimigos. Os edomitas lucravam às custas de Judá o que gerou um ódio imenso do povo. O profetismo não emudeceu, um profeta falava da queda da Babilônia. Aconteceu a produção da obra Historiográfica Deuteronomista como um esforço para superar o passado no solo da Palestina. O exílio foi uma época de miséria e opressão, mas também de mudança e reflexão espiritual. 

Parte 7: O período persa

I – Povos e estados do Oriente Antigo na 2ª metade do 1º milênio AC até Alexandre Magno
            Em 539 a.C., Ciro II, o persa entra na cidade de Babilônia. Os persas tinham o seu próprio jeito de reinar não pela força mais pela tolerância e política, isto se tornou mais teórico quando Xerxes I sofreu pressões militares com os gregos: a consideração com os povos foi restringida diante do ônus material da guerra, as regiões passaram a condição de suprir os recursos da política imperial. A tolerância no caso dos persas não se tratava numa virtude social, mas sim calculismo de dominar da melhor maneira possível e com duração o que não significava frouxidão. As ações autônomas não eram permitidas e quando apareciam eram duramente reprimidas. Nas províncias o governo era exercido pelos governadores que eram responsáveis diante do sátrapas que por sua vez respondiam ao grande rei. Todos, do maior ao menor cargo eram tidos como escravos. Na vida intelectual e religiosa eram tolerantes, chegando a promover a religião e a cultura dos povos sujeitados. A língua falada por quase todo império era o aramaico e o grego chegou a ser considerado uma das línguas oficiais. O cuidado com os templos e religiões eram marcantes, evitando a destruição destes locais de adoração. Dario I foi um construtor de templos. Desde Xerxes surge o iranismo, uma indiferença dos soberanos e a crescente exploração das sapatrias, não ouve questionamento da política religiosa. Como o decreto de Ciro II a respeito da reconstrução do templo de Javé em Jerusalém. As cidades helênicas passaram ao domínio persa com exceção de Mileto. A construção do império era por meio da união pessoal entre os povos. O Egito foi dominado pelo filho de Ciro II, Cambises (530-522 a.C.) anexando ao império. Império que o Mundo Antigo não conhecera até então. A morte de Cambises se deu em 522 a.C. no corredor siro-palestinense, quando retornava para do Egito para a Babilônia a fim de debelar uma crise dinástica. Dario I assume o trono, abafa os levantes em várias regiões. Realizou uma reforma na divisão das unidades administrativas. Para resolver a questão das dificuldades econômicas causada pela troca de produtos e outra baseada em dinheiro resolve estabelecer uma moeda imperial. O governo Xerxes foi determinado pelos conflitos com as cidades-estados do continente grego. Xerxes foi assassinato e seu filho Artaxerxes I assume mantendo as conquistas e controla os levantes. Após vários sucessores vieram, até Dario II. Ele perdeu o Egito e sob Artaxerxes II o império chegou a um ponto mais baixo do seu poder. Artaxerxes III restaurou o império e reconquista o Egito. Dario III foi vencido pelo mar e terra porque Alexandre, o Grande era por demais forte. No Egito os reis governaram como faraós (27 ª. Dinastia) e trataram os sacerdotes de maneiras diferentes levando os sacerdotes, a um momento de rebelião e conspiração. O Egito tornou-se 6ª. satrapia. Dario manteve uma política amistosa com os sacerdotes. Xerxes não tinha planos para o Egito criando novamente um mal estar. Segundo Heródoto, em 450 diz que o Egito estava pacificado. Em 410 a.C. ouve novos conflitos, neste embate o templo de Javé construído em Elefantina foi destruído. Os levantes egípcios foram muitos, ora conseguiam sua independência, ora voltava a condição de vassalo até que em 332 a.C. o país é entregue a Alexandre sem lutas. A Mesopotâmia simbolizava Babilônia, esta também se rebelou por diversas vezes. Em 522 a.C. Dario fez uma intervenção vigorosa e destruiu partes da cidade, aumentou o número de funcionários persas, executou numerosos sacerdotes. As terra babilônicas se tornaram feudais onde cada uma era obrigada a pagar tributos e prestar serviço ao rei. Babilônia se tornou um grande centro comercial e financeiro, trazendo povos e religiões diferentes e se tornou um grande centro do saber. Alexandre em 331 a.C. toma posse sem resistência da Babilônia após a última batalha com Dario III. O corredor siro-palestinense foi tratado junto com a Mesopotâmia numa grande sapatria. As metrópoles fenícias era tidas como aliadas e não estados vassalos por causa da frota marítima. Um levante em Trípoli se estendeu por toda costa e num acordo com Artaxerxes III volta ao controle persa. No ano de 333 a.C. as cidades se submetem a Alexandre, com exceção de Tiro que foi sitiada por sete meses. As populações da Arábia também era aliadas, os centros de poder não participavam dos movimentos históricos e levavam uma existência periférica. O império persa ruiu em virtude de sua política de expansão, encontrando de frente as cidades-estados da Grécia prontas a resistir. A guerras resultantes levaram mais de um século e meio. A situação só mudou quando a Macedônia e a Grécia se unem formando uma nação Grega, os frutos foi a vitória de Alexandre em 333 a.C. sobre Dario III. Com isto o oriente começa a conviver com o helenismo.   
       
II – O início da restauração em Jerusalém e Judá
            O novo estilo e os princípios da política religiosa e cultual dos persas mostra o tratamento que Jerusalém obteve. Há vários documentos que tratam da reconstrução do templo e de Jerusalém, entre eles os escritos de Neemias, Esdras, Zacarias, Ageu e Malaquias. O rei Ciro II em 538 a.C. foi induzido a formular um documento liberando as reconstruções e por conseguinte o retorno dos exilados judeus. Tais documentos trazem diversas discussões. A construção do segundo templo começa no ano 520 a.C. e termina em 515 a.C. Provavelmente o desligamento dos exilados foi um processo lento e havia direitos a serem preservados tanto antigos como novos. Zorobabel recebeu da Pérsia a missão da reconstrução, evitando qualquer mal entendido com os judeus e seus costumes. Esdras relata que 42.360 retornaram, não se inclui as crianças menores de 12 anos e servos que eram em número de 7.337 e 245 cantores. Os que vieram estavam divididos em 1) membros de famílias cidadãs e possuidores de terras, 2) membros de famílias que não possuíam terras, 3) linhagens de sacerdotes, 4) levitas, 5) cantores do templo, 6) guardas de portões e 7) servos do templo. Quando retornaram, eles não era miseráveis. Sob Zorobabel começa a reconstrução do templo em 520 a.C. Dois profetas convocam para a construção do templo: Ageu e Zacarias. A atividade de Ageu se dirigia a classe alta de Jerusalém que fora repatriada, o profeta interpreta a miséria com a hesitação em construir o novo templo, como conseqüência vem o castigo de Javé. Ageu também consolo os idosos que testemunharam a grandeza do primeiro templo. O segundo era tido como lastimável e de nenhuma maneira tinha a glória do primeiro, este momento e a peregrinação era tido como acontecimentos escatológicos. A proclamação de um messias sobre uma pessoa determinada no caso Zorobabel, era algo novo. Além dos profetas mencionados surge um terceiro, Malaquias que traz Josué o papel do sacerdócio, numa época que não havia rei a importância recai sobre aquele, ganhando importância no período helenista. A demora de 18 anos para o início da reconstrução mostra a falta de iniciativa da comunidade e as resistências do povo da terra. O medo de Samaria perder sua importância era um ponto a ser considerado. Quando da chegada do sátrapa Tatenai para inspecionar a província é possível que os samaritanos tenham aproveitado para denunciar as reformas acontecidas em Jerusalém, numa troca de correspondência com o rei Dario vem a confirmação da realização da obra. Em 515 a.C.  a obra é terminada e a pessoa de Zorobabel desaparece da história de Judá.   

III – A conclusão da restauração em Jerusalém e Judá
            Entre a inauguração do templo (515 a.C. ) e a conclusão da restauração em Jerusalém e Judá (depois de 450 a.C.) os acontecimentos são obscuros. As fonte do período também. O escrito de Malaquias, o Trito-Isaías (Is 55-66, em especial 60-62) não são seguros. As suposições são: o restabelecimento do culto no templo em Jerusalém ainda trazia problemas. A vida do povo ainda era um problema, não estava organizada. Jerusalém estava numa situação desagradável: os sacerdotes não exerciam seu cargo a altura, os leigos era levianos em relação a religião e a vida, adultérios e divórcios aumentavam, matrimônios mistos se tornaram comum, resumindo, a restauração não estava acabada. Ela foi concluída pelos descendentes do povo que vieram do exílio. Os levantes acontecidos no Egito e a revolta de Megabizos foram o pano de fundo para o envio de Esdras e Neemias. Este chegou no ano 20 de Artaxerxes e ficou por 12 anos onde retornou para a corte retornando depois de algum tempo. Há possibilidade de Neemias ter chegado antes de Esdras. A missão de Neemias aos olhos persas era mais importante. A anarquia vigorava na região.
Neemias: descendente de exilados que não retornaram. Fez carreira e chegou a ser o copeiro do rei. Através de seu irmão tem notícias que as coisas em Jerusalém não iam bem e isto comoveu a Neemias. Através de seu cargo e do relacionamento que mantinha com o rei consegui a participação da reconstrução dos muros amparado pelo rei. Provável que com o tempo Judá tivesse ganho de sua independencia em relação a Samaria, constituindo uma província autônoma, tendo Neemias o seu primeiro governador. Neemias, no início, encontrou reações contrárias. A província de Samaria fez de tudo para suspender os trabalhos em Jerusalém apelando ao governo da Pérsia. Com o envio de Neemias pela mão do rei as coisas ficaram mais tranqüilas. Neemias convenceu e convocou o povo de Jerusalém e povoados próximos a realizarem as reformas de uma única vez e de forma rápida. Sambalá e Tobias vendo que a obra prosperava reuniram uma força para atacar. Neemias soube da movimentação e providenciou uma defesa que levou os inimigos a desistirem do ataque. A obra foi concluída em 52 dias. Normas, forças militares, e novos habitantes para Jerusalém foram algumas das decisões tomadas por Neemias. A afirmação que o muro reconstruído não seguia a linha original, ou seja menor deve ser considerada. Após a reconstrução ocorreu uma imensa reforma e organização em Jerusalém e Judá, algumas não populares, como a diminuição dos níveis sociais. Os matrimônios mistos foram desfeitos. Tobias foi expulso do aposento do templo e a garantia do suprimento das necessidades dos levitas e a guarda do sábado.
Esdras:   há menos fontes de informações sobre Esdras. Autorizado a colocar em vigor a lei de Deus em Jerusalém e em Judá numa época posterior a Neemias. Esdras era sacerdote e teve sua família deportada. Entre suas obrigações estava autorizado a instituir juizes que deviam julgar segundo o preceitos da lei já conhecida por parte dos judeus da diáspora e que mais tarde compuseram o cânon do AT. Quais eram estas leis ? é uma pergunta sem uma resposta definida, apenas suposições. Após um século e meio depois ainda havia pessoas retornando a Palestina e muitos acompanharam Esdras em seu retorno (1.771 pessoas sem contar mulheres e crianças). Quando veio trouxe do rei uma oferta além de pedir contribuições para o templo de Javé e o que viesse a faltar, os cofres públicos complementariam. A isenção de impostos foi obtida às pessoas ligadas ao culto do templo em Jerusalém. O primeiro problema enfrentado foi os casamento mistos. A leitura da Torá, provavelmente durante uma festa. As reformas organizadas por estes dois homens constituem de uma importância para a grandeza de Israel, uma comunidade teocrática. Expulsou os elementos estranhos da nação e a purificou, marcou o nascimento do judaísmo.
IV – O século obscuro
O século obscuro: Entre Neemias e Esdras e Alexandre não existem fontes literárias e que avançam além de Alexandre. Só a respeito de Antíoco V (175-164 a.C.) através dos livros de Macabeus. Os gregos trazem o registro do conflito entre helenos e persas e em especial a ascensão da Macedônia. Sob esta condição é inútil reconstruir a história do judaísmo. Há poucas coisas a dizer como a vinda de representantes judeus de Elefantina para se encontrar com os governadores de Judá e Samaria e num acordo conjunto parece que fica a liberdade de adoração de Javé fora de Jerusalém. Por fim na última fase do domínio persa se dá a separação dos samaritanos da religião de Jerusalém, onde os samaritanos constróem um santuário próprio em Gerizim. O processo de rompimento foi longo, se estendendo por séculos. Já politicamente o norte samaratino e o sul judaíta estavam separados, o que na verdade sempre aconteceu, não havendo possibilidades de aproximação. O século obscuro deve ter sido vívido do ponto de vista intelectual e religioso. Nesta época se situa um grande desenvolvimento da literatura veterotestamentária, da mesma forma no 3º. Século surge a Obra Historiográfica Cronista além do livro de Jó, irrompendo a era dos livros sagrados. A qualidade do sagrado de origina direta ou indiretamente de Deus. Daí vem o surgimento da religião baseada em livros num primeiro momento e depois substituindo plenamente a religião centrada no culto. No período pós-exílico a palavra de Deus não mais alcançava as pessoas pela tradição oral, mas sim na forma de textos sagrados. O ouvir foi substituído pelo examinar. Os textos formam cada vez mais o centro da religião, sendo lidos no culto, substituindo gradativamente os sacrifícios, o pressuposto para o surgimento da sinagoga. O redator sacerdotal considerou e tratou todo o seu material como texto sagrado, de semelhante modo, a Obra Historiográfica Cronista e o profetismo pós-exílico. A figura do profeta muda, se transformando em intérpretes de uma tradição já existente, esta tradição julga ter autoridade divina. O profeta que escreve o livro recebe a menção de escritor sagrado, ou seja os escritores se tornam profetas. Esta se torna a primeira forma de judaísmo, num princípio de teocracia, voltada em si mesma, com uma hierarquia de sacerdotes e tendo a Torá como a vontade de Deus, surgindo a necessidade que a mesma passasse por diversas interpretações dos escribas.
Olhar para o futuro:    A conquista de Alexandre em 333-331 a.C. deu início ao helenismo no Oriente. O judaísmo foi dominado por ele e depois pelos romanos. Israel de outrora não mais existe: Israel se transforma no judaísmo, do Estado para comunidade, do cultual para os livros. Levanta-se questões em tratar o termo Israel, pois este termo designava a federação pré-estatal das tribos e a comunhão dos adoradores de Javé. Com o segundo templo ainda Israel permanece quando existe a clara ligação no aspecto religioso. A história de do povo de Israel termina com Alexandre e só reaparece com as revoltas. 
1.                  Alexandre e os diádocos: as fontes do judaísmo palestinense no período helênico são os livros de Daniel, os dois Macabeus e os relatos históricos de Flávio Josefo. Em 332 a.C. Alexandre sitia a cidade de Tiro que resiste por alguns meses, conquista Gaza e quase sem resistência chega ao Egito. Samaria é tomada militarmente e transformada em colônia macedônica. Com a morte de Alexandre em 323 a.C. na Babilônia começa a lutas dos diádocos pela posse do corredor siro-palestinense. A Palestina muda de mão várias vezes até que dois reinos se estabelecessem: o ptolomeu, egípcio, com sede em Alexandria e o selêucida, mesopotâmico-sírio, com a capital em Antioquia, ficando a Palestina com os ptolomeus. Os ptolomeus organizaram-se em pequenos territórios, as colônias gregas e as cidades autônomas. Foram formadas as hiparquias palestinenses: Judéia, Samaria, Galiléia, Iduméia e Asdode. Os selêucidas cobiçavam o corredor e faziam de tudo para conquistá-lo. Aconteceram diversas lutas entre os ptolomeus e os selêucidas. Em Jerusalém começa a surgir um partido favorável aos selêucidas levando a suspender os pagamentos de impostos aos ptolomeus. Mesmo dentro de Jerusalém havia a divisão de interesses. Finalmente com Antíoco III em 200 a.C. os selêucidas vencem e dominam a região, como Jerusalém apoiou a causa recebeu privilégios que na verdade não duraram, pois os selêucidas perderam para os romanos os seus territórios. Jerusalém também é tomada pela luta do poder e a cada dia se tornava mais helenística. Os fiéis a tradição da Torá consideravam que tal prática era um desprezo a lei. Jerusalém se trona uma colônia militar e inicia-se um perseguição aos judeus fiéis a Torá. Antíoco IV Epifânio profana o templo levando a revolta dos Macabeus. A política dos territórios selêucidas era de grandes áreas e levavam a helenização por toda parte, a língua grega ganhava terreno a cada dia assim como a cultura em geral e as construções lembravam o helenismo. Era um poder formativo que chegava a influenciar mesmo a religião. A comunidade em Alexandria era um exemplo, desde o 3º. Século surge a tradução dos LXX ou a Septuaginta, uma tradução do hebraico para o grego. Os selêucidas dividiram a região em áreas como Samaria, Iduméia, Paralia, Galaaditis.     
2.                  A revolta dos Macabeus e a dinastia hasmonéia: Antíoco IV interferiu na vida de Jerusalém, em 169 a.C. saqueia o templo e entra no Santo dos Santos, um sacrilégio para os judeus, a cidade é devastada. Proibiu sob pena de morte o culto judaico e levanta o culto a Zeus na praça do templo e sobre Garizim, o do Zeus Xenios. Este ato leva a guerra. O sacerdote Matatias e seus filhos se rebelam e muitos se juntam a eles em ataques de guerrilha. Quando Matatias falece seu filho, Judas, que tinha o apelido Macabeu, “o homem do martelo” torna o cabeça do movimento. Era um guerreiro e um político de nível e leva a causa a vitória, acabando com o sacrilégio de Antíoco IV. Foram travadas diversas batalhas com os militares selêucidas. Em 164 a.C. vai a Jerusalém e elimina as conseqüências da política de Antíoco. Da vitória surge a festa comemorada até hoje, Hanucá. Quando Antíoco falece, Judas é tomado de surpresa com uma grande força que vem sobre ele, mas as desavenças selêucidas levam uma oferta de paz que Judas aceitou, ela suspendia as ordens de Antíoco IV. O movimento Macabeu começa a se desenvolver e lutar contra as cadeias selêucidas. Os piedosos, de onde surge o partido dos fariseus eram contra esta atitude. Com ajuda de Roma, Judas derrota e é derrotado chegando a morte. Jônatas, irmão de Judas assume o comando e numa ascensão lenta e constante se torna sumo sacerdote dando origem a linhagem dos hasmoneu. Sucedido pelo seu irmão Simão, este consegue ampliar os domínios sobre a Judéia. Acumula os cargos de máximos na religião, no militar e no civil. Manteve relações com Roma e Esparta. Teve um governo de paz e prosperidade. Ele com seus dois filhos foram assassinados, um dos seus filhos assume o trono. Este avança com os domínios em todas as direções, a resistência vem dos fariseus. A política adotada pelo governante era por demais mundana e muito pouco religioso. Os conflitos se tornaram constantes, inclusive dentro da própria família dos hasmoneus.   
3.            A Palestina sob o domínio dos romanos: As legiões passaram como um rolo compressor no Oriente Próximo e eliminaram o que restava dos Selêucidas. Em 63 a.C. entram em Jerusalém provocando um banho de sangue, profanam o templo e tornam a Judéia num estado-vassalo. Isto não alteraram as lutas internas em Jerusalém. Criam a província da Síria que contém a Palestina. Procedem reformas territoriais por diversas vezes. É estabelecido um reinado, o de Heródes, próximo a Roma, conquista Jerusalém e recebe a posição de Rei aliado. Suas obrigações fornecer tropas e defender os limites do território. Com as conquistas e graças a doações fizeram crescer seus domínios. Promoveu uma colonização intrajudaica e forte promoção da cultura helenística. Ele fez brotar do chão cidades inteiras e renovou outras, construiu palácios, templos e fortificações. Ampliou Jerusalém e sobretudo o templo e a área sagrada. Tudo isto foi realizado através do emprego de força, era um tirano, derramando sangue e terror. Quando de sua morte o reino foi dividido entre os filhos mais moços pois os outros, esposa, familiares, sacerdotes e tantos outros ele mandou-os matar. Surgem os quatros estado sucessórios. Apesar dos sucessores darem continuidade a construção e ampliação das cidades em seus territórios estavam fadados ao fracasso, nenhum deles tinham o perfil do pai. Logo começaram os distúrbios e para colocar ordem Roma procede reformas políticas, transforma a Judéia em região administrativa. Tanto a administração e o poder militar respeitava a comunidade cultual de Jerusalém, dispensava-os do culto ao imperador mas exigia-se o juramento ao imperador. Roma mudou por diversas vezes a administração da Judéia e o mapeamento dos territórios. Os estados sucessórios foram destinados as províncias de Síria e da Judéia.   

4.                  As duas revoltas judaicas: A síntese das revoltas judaicas são o domínio romano. A resistência religiosa e política ao domínio estrangeiro. Os grupos de zelotes e os sicários estavam dispostos a tudo e demonstravam isto a vários procuradores romanos, a este faltaram sensibilidade no trato ao judeus. Em 66 d.C. ocorreram distúrbios e daí a guerra, a revolta se espalhou por toda a região e progrediu rapidamente. Tornava-se clara que Roma iria se engajar. Nero envia Vespasiano junto com seu filho Tito. Usando uma tática de quebra de resistência foi necessário esforço, mas Roma conseguiu seus objetivos e foi debelando os revoltosos. As lutas internas em Jerusalém causaram grandes prejuízos ao movimento rebelde. Neste ínterim Vespasiano foi aclamado imperador, deixando a luta para seu filho Tito, Jerusalém foi sitiada e resistiu de forma encarniçada. No ano 70 d.C. o templo é incendiado e a cidade tomada, tudo estava acabado. O último lugar a cair foi Massada, que resistiu até o último momento. Vespasiano torna a região província independente. O judaísmo permanece, a figura do sinédrio consiste agora no cultivo e interpretação das escrituras e em sua aplicação à vida diária. Chega o fim dos sacrifícios e passa a ser a religião do livro. Até a segunda revolta a região se modifica, cidades novas são criadas assim como estradas. Na época do imperador Adriano (117-138 d.C.) ocorreu outro levante motivado pela visita de Adriano e no projeto de transformar a Jerusalém numa Colônia. Simeão bem Hoseba foi o líder e libertou Jerusalém restabelecendo o culto de sacrifícios. Trabalhando num sistema de guerrilha em outras partes da região. As tentativas de sufocar a rebelião falharam e Adriano resolve enviar a Sexto Júlio Severo. Este evitou uma luta aberta e se pôs a promover sítios e debilitar pela fome as forças rebeldes. Este modo deve ter sido utilizado também para conquistar Jerusalém. Numa batalha em Hibert Bar Kochba perdeu a vida e a Segunda revolta chega ao fim. Jerusalém foi transformada em colônia, na praça do templo foi levantado a estátua de Adriano a cavalo e inaugurado o culto a tríade divina (Júpiter, Juno e Minerva). Os judeus foram expulsos de Jerusalém, proibidos de entrar na cidade sob pena de morte, mas não executada de maneira rigorosa. O fracasso não representou o fracasso do judaísmo. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentário, importante saber sua impressão sobre os textos, com issto podemos dialogar.