Introdução:
ד הוֹי גּוֹי חֹטֵא, עַם כֶּבֶד עָוֹן--זֶרַע מְרֵעִים, בָּנִים מַשְׁחִיתִים; עָזְבוּ
אֶת-יְהוָה, נִאֲצוּ אֶת-קְדוֹשׁ יִשְׂרָאֵל--נָזֹרוּ אָחוֹר.
ה עַל מֶה תֻכּוּ עוֹד, תּוֹסִיפוּ סָרָה; כָּל-רֹאשׁ לָחֳלִי, וְכָל-לֵבָב דַּוָּי.
ו מִכַּף-רֶגֶל וְעַד-רֹאשׁ אֵין-בּוֹ מְתֹם, פֶּצַע וְחַבּוּרָה וּמַכָּה טְרִיָּה; לֹא-זֹרוּ
וְלֹא חֻבָּשׁוּ, וְלֹא רֻכְּכָה בַּשָּׁמֶן.
ז אַרְצְכֶם שְׁמָמָה, עָרֵיכֶם שְׂרֻפוֹת אֵשׁ; אַדְמַתְכֶם, לְנֶגְדְּכֶם זָרִים אֹכְלִים
אֹתָהּ, וּשְׁמָמָה, כְּמַהְפֵּכַת זָרִים.
ח וְנוֹתְרָה בַת-צִיּוֹן, כְּסֻכָּה בְכָרֶם; כִּמְלוּנָה בְמִקְשָׁה, כְּעִיר נְצוּרָה.
ט לוּלֵי יְהוָה צְבָאוֹת, הוֹתִיר לָנוּ שָׂרִיד כִּמְעָט--כִּסְדֹם הָיִינוּ, לַעֲמֹרָה
דָּמִינוּ. {פ}
A analise do texto de Isaías 1. 4-9, escrito em uma linguagem profética, própria da época. Escrito pelo profeta Isaías engloba o período longo de 740 a 700 a. C. Este texto ocorre durante o reinado do rei Uzias. O local do escrito foi em Jerusalém.
I. A forma do texto - tradução:
A. Isaias 1. 4-9
- Ai da Nação que peca!
(ai do) Povo pesado de
iniqüidade!
(ai
da) Semente de crimes
(ai
dos) Filhos que causam destruição!
Eles
abandonaram a Javé
Eles
rejeitaram o Santo de Israel
Eles
afastaram para trás (por último)
- Como sereis feridos ainda
Vós que perseveram na rebelião
Toda cabeça está doente
E todo coração
mestruado (enfermo)
- Desde a sola do pé
E até a cabeça
não
há nele lugar sadio
Ferida e ferimento
E pancada (contusão) de ossos (feridas)
não
foram espremidas
E não
foram atadas
E não
umedecidas com óleo
- A vossa terra é desolação (que causa louvor)
As vossas cidades estão queimadas há fogo
O vosso solo (chão), diante de vós,
estrangeiros
o devoram
E desolação com destruição de estrangeiros
- E a filha de Sião será deixada (preterida)
Como uma choça
em uma vinha
Como
cabana (palhoça) em um campo de pepino
Como
uma cidade sendo sitiada
- Oh! Se Javé dos Exércitos
Nos tivesse
deixado poucos sobreviventes
Estaríamos
como Sodoma
Pareceríamos
como Gamorra
B. Estrutura:
I –
Acusação em tom de lamentação – v. 4
A.Geral
v. 4a
B. Específica
v. 4b
II – Detalhamento da acusação –
v. 5 – 8
A.Questão
v.5a
B. Descrição
do corpo enfermo v. 5b – 6
C.
Descrição da nação destruída v. 7 – 8
III
– Conclusão ou reconhecimento – v. 9
A
estrutura do texto não é de difícil compreensão e de análise.
O
verso 4 mostra a denúncia e a acusação em forma de lamento. Parte de uma
acusação geral (povo e nação) para uma acusação específica dos cidadãos e
autoridades.
Nos
versos 5 a 8 - aqui surge um detalhamento da acusação como parte denúncia de um
processo jurídico: devido a uma desobediência (5a); um corpo doente (5b e 6),
narra através de doenças, o alerta da dor; para a nação destruída (7 e 8),
diante da ameaça em Israel que é fogo causada pela seca, pois Jerusalém havia
sido sitiada pelos Assírio em 735 a. C. (escrito foi Isaías); conclui verso 9
que Javé é que está sustentando Jerusalém, apesar da expectativa de
encerramento / destruição como foi com Sodoma e Gomorra.
D. Interpretação do texto:
I – Acusação em tom de lamentação – v. 4
Na
primeira parte do verso 4(a) o profeta Isaias faz uma acusação / denúncia,
primeiro em tom de lamentação e em segundo momento em uma linguagem jurídica. A
ameaça é geral em aplicar um castigo físico por parte de Javé à nação. A
acusação pode ser vista através das seguintes palavras: o verbo hata –
pecar, tem o sentido de negar o padrão que Deus tem. A substantivo masculino awon
– iniqüidade, significa o desvio do caminho. A palavra roa – crime denota as
atitudes negativas, ou uma característica imoral do ser humano. Já mashhit
– destruição demonstra a figura de um anjo encarregado de destruição que feriu
os egípcios que não tinham nos batentes das portas o sangue.
Na
segunda parte do verso 4(b) especifica os motivos específicos da ameaça de
Javé. Os verbos: azab tem o sentido de abandonar, apostatar de Javé e ir
atrás de ídolos. A palavra naats
denota o sentido de rejeitar, rebelar-se e inclinar-se a desobediência
culminando o ponto máximo de apostasia de todo o povo de Israel. Já a palavra shakak
traz o significado de aniquilar, deixar de existir.
II – Detalhamento da acusação – v. 5 – 8
O profeta menciona os
ferimentos dos que yasap - perseveram em sarar - rebelião - o
sentido da palavra é de sair da presença de Deus. Apesar de ainda não receberem
o castigo proveniente de Javé. No verso 5b e 6a, descreve um corpo totalmente
enfermo: “desde a sola do pé e até a cabeça” e reitera que nele “não
há lugar sadio”. Os ferimentos não tratados permaneciam em estado de
abandono. O profeta no final do verso 6b, explica o motivo daquela situação. Como
se um tratamento médico sobre as “feridas” não houvessem sido realizado,
pois elas não sararam, porque: não “espremeram”, no sentido de
pressionar para o mal do corpo sair; a palavra hãbash - atar, ou tiaras
usadas pelos sacerdotes; também era usada no sentido de colocar uma atadura ou
bandagem, não “ataram”, porque não ligaram com as ataduras, a palavra rak
– umedecidas, tem o sentido de amaciar, num sentido é Javé quem faz amolecer o
coração. O óleo tem significado todo especial entre eles: um deles, o de curar
as feridas. A “umedeceram com óleo”, no sentido de cuidadas com azeite
(remédio), não foi utilizado. Os
estrangeiros “citados como aqueles que estavam desolando a terra”, nos
remetem a guerra Siro-Efraimita no período de 735 a 732 a. C. quando Jerusalém
foi sitiada. Este é o contexto em que eles estão vivendo. O profeta sai das
metáforas referentes à comparação do corpo humano e relata a realidade do povo
de Israel que esta degradada por causa da desobediência a Javé. O profeta usa o
temo shemama - desolação, que expressa algo que acontece gerando uma
grande calamidade. O uso do termo akal - devorar, no sentido de
consumir, atentando para este sentido percebe-se que o profeta está falando que
os estrangeiros estão consumindo tudo que a terra dá e possui. Isto é o
resultado causado pelo povo que abandonou a Javé e deixaram de seguir os seus
conselhos. A destruição da Filha de Sião, a cidade de Jerusalém, ocorre pelo
total descaso da nação de Israel. A comparação de uma choça e de uma cabana,
que são elementos básicos do trabalho do campo, é utilizada pelo profeta, como
exemplos do abandono do agricultor após a colheita. A aplicação deste sentido à
cidade preterida, pelo governo e dos habitantes mediante a situação de sítio.
III – Conclusão ou reconhecimento – v. 9
No
verso 9, a palavra hebraica sedom - Sodoma tem o sentido de antítese.
Sodoma e Gomorra estão representadas na história de Israel sempre como símbolo
de poder. As guerras pela posse de tal cidade dão sua importância. Da mesma
forma a não observâncias aos mandamentos de Javé às tornaram em pó e cinzas. A
palavra sarid - sobreviventes nos remete sempre a outra expressão que
encerra a idéia de um grupo que permanece firme, um remanescente. Ou seja,
designa aquilo que sobreviveu a um processo prévio de eliminação ou a uma
catástrofe. Essa analogia é muito usada pelos israelitas durante as narrativas
bíblicas. Entretanto é na figura do profeta Isaías que ela é comumente usada.
Desta forma o verso 9 dá um desfecho ao texto da justiça e misericórdia de
Javé.
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